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Magnano quer ter poder sobre a base
Treinador argentino da seleção de basquete, nona no Mundial, defende trabalho "sustentado pelo tempo"
DANIEL BRITO
ENVIADO ESPECIAL A ISTAMBUL
A seleção brasileira pode
aderir de vez à escola argentina de basquete. O técnico Rubén Magnano e seu braço direito no Mundial, o conterrâneo Fernando Duró, defendem a extensão do trabalho
para as categorias de base.
O treinador argentino está
no Brasil desde janeiro e tem
contrato de dois anos e meio.
Até Londres-2012, portanto.
O Mundial da Turquia, do
qual a seleção foi eliminada
pela Argentina nas oitavas
de final (93 a 89) na terça-feira, foi sua primeira competição com o Brasil, que terminou na nona posição, oito
acima do Japão-2006, sua
pior campanha na história.
Segundo Magnano, esse
foi o início do caminho de redescoberta da identidade
brasileira na modalidade.
"Há um vazio de vários anos
no basquete do país, e isso só
se recupera com seriedade e
sustentado pelo tempo."
Ontem, antes do embarque de volta para o Brasil,
Duró foi mais objetivo. "Nosso trabalho não pode ser voltado somente para os Jogos
de Londres, mas pensando
nos jovens, na geração que
vem em seguida a esta."
"A Argentina demorou oito anos para atingir este nível, estamos trabalhando no
Brasil há um mês e meio",
comparou o auxiliar, cujo
contrato com a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) se encerra com o fim
do Mundial. Sua continuidade no cargo depende apenas
da anuência de Magnano.
Os jogadores foram informados sobre a possível maior
participação do treinador na
base. "Com o Magnano, fomos muito melhores. Ficamos sabendo que a filosofia
dele vai ser implantada desde a garotada até o adulto e
isso vai representar uma evolução bacana para o Brasil",
elogiou o ala Alex, 30.
O presidente da CBB, Carlos Nunes, não atendeu aos
pedidos de entrevista feitos
desde o último sábado,
quando desembarcou em Istambul. A assessoria da entidade informou que Magnano
vai conversar com os treinadores das outras categorias
por "ter mais experiência".
O técnico campeão olímpico em 2004 com a Argentina,
em Atenas, ficou em Istambul para acompanhar os últimos jogos do Mundial. Ontem, entretanto, não foi visto
no ginásio Sinan Erdem.
Leandrinho, Guilherme,
Tiago Splitter, Anderson Varejão e Raulzinho não regressaram ao Brasil ontem com o
restante da delegação.
Marcelinho, Murilo, JP Batista, Nezinho e Marquinhos,
além de Alex, voltaram em
voo direto para São Paulo cujos assentos estavam marcados para os perdedores do
duelo Brasil x Argentina.
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