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Gasto da Rio-16 vaza, e Paes chia
Prefeito repreende assessores por publicação precipitada de estimativa de custo de obra dos Jogos
No dia em que lançou o site Transparência Olímpica, governante admite haver possibilidade de estouro
no orçamento do evento
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
O prefeito do Rio, Eduardo
Paes (PMDB), prometeu tornar
público o contrato assinado
com o COI (Comitê Olímpico
Internacional), mas repreendeu assessores que puseram na
internet estimativas de gastos
em obras dos Jogos de 2016.
Paes declarou que publicará
o contrato na internet "com comentários", para dividir as garantias governamentais dadas
juntamente com as esferas estadual e federal. O prefeito da
sede olímpica é a única autoridade pública a assinar o contrato, assumindo todos os compromissos governamentais.
Segundo ele, o contrato será
divulgado após a visita do COI à
capital fluminense, no fim do
mês. O documento é assinado
entre o COI, o comitê organizador local e o prefeito da cidade-
-sede. A divulgação depende do
órgão organizador. Pequim e
Londres, sedes das Olimpíadas
de 2008 e 2012, respectivamente, não divulgaram.
A divulgação será feita pelo
site Transparência Olímpica
(www.transparenciaolimpica.com.br), para que o público
possa acompanhar os gastos
com os Jogos. Lançado ontem,
o site ainda estava incompleto.
A página, no entanto, vai publicar só gastos com contratos
assinados após licitação, embora o dossiê enviado ao COI fizesse estimativa do orçamento
olímpico -um total de R$ 25,9
bilhões. O prefeito chegou a repreender publicamente assessores que divulgaram estimativas na versão inicial apresentada à imprensa ontem.
"Se tivesse passado por mim,
eu teria feito esses ajustes",
disse, sobre a estimativa de R$
1,7 bilhão para a construção da
Ligação C, pista a ser usada por
ônibus articulados que vai ligar
a Barra da Tijuca a Deodoro.
À tarde, os custos estavam
com o termo "a definir", inclusive o do programa de recuperação da bacia de Jacarepaguá,
que, segundo o próprio prefeito, já "está fechado".
"Quando [o custo] estiver fechado, com detalhamento, vamos divulgar. A proposta [enviada ao COI] tem uma previsão." Questionado pela reportagem se o custo real poderá
subir, ele disse: "Ou diminuir".
Paes não criticou o estouro
no orçamento dos Jogos Pan-Americanos de 2007, promovidos pelo ex-prefeito Cesar
Maia (DEM), seu rival político.
O peemedebista afirmou que o
projeto foi modificado após o
Rio ser declarado a sede do
Pan, o que provocou o aumento
de custo -foram gastos no total R$ 3,7 bilhões, 793% a mais
que o inicialmente estimado.
"Não estou dizendo que não
tenha havido problemas e que
as pessoas tenham, eventualmente, cometido irregularidades. Se cometeram, paguem
pelos seus pecados. Mas a verdade é que a proposta original
era mais tímida do que a que foi
executada. Isso não é superfaturamento, é um "upgrade" que
o projeto teve", falou Paes.
Auditoria do Tribunal de
Contas da União nos gastos do
Pan detectou indícios de irregularidades na execução de
contrato e convênio do Ministério do Esporte. Diretores do
governo federal foram condenados a devolver R$ 2,7 milhões aos cofres públicos.
O prefeito do Rio afirmou
que o investimento na Olimpíada pode ser maior do que o
previsto, desde que as obras
também sejam ampliadas.
"Se acontecerem mais coisas
do que estava na proposta, o
custo pode aumentar, se considerar tudo como gasto na
Olimpíada. Aumentar [o custo]
só fazendo o que está previsto é
ruim. Mas eu quero que mais
coisa aconteça no Rio do que
está no projeto da Olimpíada."
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