São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2011

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JUCA KFOURI

Em nome do pai


Já passou da hora de se dar um choque definitivo para que o alviverde volte a ser o que merece


COMO O CORINTHIANS nos anos 60 e no começo dos 70, o Palmeiras virou alvo de piada: Sociedade Esportiva Portuguesa, Palmeiras de Desportos lembram o "faz-me rir" alvinegro, embora não tenham a menor graça, até porque o clube do Canindé anda em fase de Barcelusa.
Dias desses, mestre Tostão, em mais uma de suas magníficas colunas, referiu-se às sístoles e diástoles do futebol, expressão que o general
Golbery do Couto e Silva roubou da medicina para emprestar à politica e que serve como luva para a vida das últimas duas décadas no Parque Antarctica.
É sabido que o palmeirense guarda uma particular nostalgia em relação às suas Academias, como o brilhante esmeraldino da velha guarda Ugo Giorgetti demonstra em suas imperdíveis colunas, a ponto de vaiar o centroavante que fez quatro gols na goleada por 5 a 0, quando ele perde o sexto de maneira bisonha.
E é sabido também que o sangue italiano, por mais que há muito o Palmeiras, como o Vasco, tenha deixado de ser apenas um time de colônia, ferve nessa mistura explosiva que envolve napolitanos, genoveses, calabreses, mafiosos e carabinieri.
O sangue de San Gennaro (São Januário para os íntimos) já se liquefez uma porção de vezes, e a bonança não chegou ao Palestra Itália porque, em bom português, nesta coluna recheada de adjetivos elogiosos, a situação por lá é uma porcaria.
Porque o Palmeiras não tem oposição, tem um bando de terroristas, os brigadistas verdes, que são capazes de tudo para chegar ao poder, até implodir o clube onde os partigianos deveri- am imperar.
A coisa anda tão feia que até quando acerta o Palmeiras erra e, por mais que alguns obtusos queiram decapitar o Felipão, o fato é que sem ele o time estaria lutando para não cair outra vez na segunda divisão -e não por vaga, mesmo que improvável, na Libertadores. E qual é a solução?
É sair desse fechamento permanente em busca da abertura encontrada nos anos 90, quando uma parceria que significou cogestão devolveu os dias de glória à nação alviverde.
Sim, o Palmeiras precisa profissionalizar de novo a sua gestão e tratar o futebol empresarialmente para afastá-lo dessa política nefasta, camicase -para lembrar o triste eixo com o Japão-, que precisa ser enterrada sob os escombros do velho Parque, em nome de nova vida, da nova Arena.
E em nome do pai. Das raízes.

blogdojuca@uol.com.br


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