EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sete pontos. Essa é a distância que separa o São Paulo, terceiro no Brasileiro, com 71 pontos, do sonho que persegue desde 1995: a volta para a Taça Libertadores.
O clube do Morumbi, que hoje tenta reduzir isso para quatro pontos contra o Atlético-PR, às 16h, na Arena da Baixada, não disputa o mais importante interclubes da América há nove anos.
O último confronto são-paulino no torneio continental ocorreu em 30 de agosto de 1994, diante do argentino Vélez Sarsfield. Na ocasião, a equipe perdeu o tricampeonato para o rival na disputa de pênaltis em pleno Morumbi.
A Libertadores se tornou uma verdadeira obsessão entre os são-paulinos, principalmente depois que o time deixou de sonhar com o título do Brasileiro-2003.
Um dia após a vitória sobre o Fluminense, na quarta-feira, os jogadores e o técnico Rojas já calculavam a pontuação necessária para obter uma das três vagas restantes para a competição continental -Santos e Cruzeiro já estão classificados para o torneio.
O treinador são-paulino falou em quatro pontos, assim como alguns de seus comandados.
"Agora ficamos bem próximos da Libertadores. Mas ainda faltam pelo menos quatro pontos", declarou o atacante Luis Fabiano, que hoje pode disputar sua última partida neste Brasileiro.
O artilheiro são-paulino no Nacional, com 28 gols, será julgado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por sua expulsão contra o Corinthians em sessão na próxima terça-feira.
Por ter ofendido a juíza Silvia Regina e dado uma cabeçada no corintiano Marquinhos, ele pode levar até seis jogos de suspensão.
A própria permanência de Luis Fabiano no São Paulo está condicionada à obtenção da vaga na Libertadores. O atleta, que interessa ao Milan, da Itália, afirmou que deve continuar se o clube disputar a competição em 2004.
"Se o São Paulo se classificar, as minhas chances de permanecer aqui são grandes", afirmou o atleta, que até falou em se transferir para a Europa somente após o torneio, caso seja negociado.
"É claro que o Luis Fabiano pode ir para algum clube europeu, mas essa não é a preocupação dele no momento. Ele já teve uma experiência ruim por lá [atuou no Rennes, da França]", disse o diretor de futebol Juvenal Juvêncio.
Preocupado com a punição a seu principal atleta, o dirigente tem pressionado a CBF para liberar o outro titular do ataque são-paulino, Kléber, da convocação para a seleção sub-20, ao menos nas rodadas finais do Brasileiro.
"Nos tiraram nossos dois melhores jogadores no momento crucial de conseguirmos nossa vaga na Libertadores. Não acho que essa tenha sido uma decisão equilibrada", declarou Juvêncio, que até sugeriu um complô contra o clube por parte da CBF.
"Não prejudicamos ninguém. A convocação foi equilibrada", declarou o vice-presidente da entidade, Nabi Abi Chedid, em entrevista à rádio Jovem Pan.
Chedid até se prontificou a conversar com Ricardo Teixeira, presidente da CBF, sobre a liberação de Kléber caso Luis Fabiano seja punido pelo STJD.
O técnico Rojas diz não jogar com "a matemática, mas com resultados" e já avisou que com a provável ausência dos titulares "tudo será mais complicado".
"O quanto antes [a vaga vier] melhor. Ainda mais que teremos alguns desfalques até o final."