|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OLIMPÍADA
Reebok alega que foi enganada e rompe contrato com o comitê organizador da Olimpíada de 2000
Sydney perde patrocínio de US$ 10 mi
das agências internacionais
A multinacional Reebok, uma
das maiores fabricantes de material esportivo do mundo, retirou
ontem o patrocínio a Sydney-2000 e também anunciou que vai
acionar judicialmente o Socog,
como é chamado o comitê organizador da Olimpíada.
A empresa anunciou que, além
de estar retirando o suporte financeiro de cerca de US$ 10 milhões, também acionará judicialmente seus organizadores por
quebra de contrato.
De acordo com a Reebok, havia
um acordo com o Socog garantindo exclusividade, dentro do ramo
de seus negócios, para a exposição da marca nos próximos Jogos
Olímpicos.
Só que o Socog também assinou
contratos com a Bonds, empresa
que fabrica bonés de beisebol, e
com a Canterbury, que produz
camisas de rúgbi.
O Socog rebateu: afirmou que
houve uma compreensão errada
da Reebok em relação ao contato
e informou que, se necessário, irá
se defender no tribunal.
"Eles confundiram direitos de
patrocínio e de marketing com direitos de fornecimento e merchandising", afirmou Sandy Hollway, um dos diretores do comitê
organizador da Olimpíada.
Porém o rompimento com a
multinacional é um golpe severo
para o Socog, que por falta de patrocinadores já teve que reduzir o
orçamento previsto inicialmente
(US$ 1,65 bilhão).
Mesmo assim, os organizadores
ainda buscam saudar um déficit
de US$ 88,2 milhões previstos para cotas de patrocínio.
As dificuldades em angariar
parceiros foram resultado de um
escândalo de corrupção envolvendo dirigentes do COI (Comitê
Olímpico Internacional), incluindo o ex-líder da candidatura
olímpica australiana, Phil Coles,
hoje afastado do Socog.
Coles caiu por dois motivos.
Primeiro: o dirigente teve seu
nome incluído na lista de membros que aceitaram presentes e
benesses de Salt Lake City (EUA),
escolhida como sede dos Jogos de
Inverno de 2002.
O episódio resultou na expulsão
de seis integrantes do COI. Mas o
australiano, que passou férias gratuitas na cidade norte-americana,
só foi advertido.
Segundo: tornou-se público um
dossiê preparado por ele e pela
mulher dele com observações sobre o comportamento de seus
parceiros no COI, indicando
quem seriam os mais propensos a
aceitar "favores" -entendidos
como tentativas de suborno- de
cidades candidatas a Jogos.
A partir daí, pelo menos uma
dúzia de dirigentes do Socog renunciaram ou foram demitidos,
em várias áreas, e a situação interna segue difícil.
Ontem, o comitê teve mais um
revés, vendo-se obrigado a se livrar de outro executivo suspeito
de envolvimento em escândalo.
Paul Reading, responsável pela
venda de ingressos, era tido como
o causador de um enorme mal-estar com os patrocinadores oficiais
porque permitiu a comercialização -e essa medida tornou-se
pública- de pacotes de entradas
para empresas concorrentes distribuí-las a funcionários.
Também houve a distribuição
gratuita de ingressos olímpicos a
vários ex-integrantes do Socog tidos como corruptos -Phil Coles
estava entre os agraciados.
E todas essas entradas são em
lugares privilegiados -ao público vêm sendo oferecidos assentos
com visão menos satisfatória.
O presidente do Socog, Michael
Knight, disse esperar que a saída
de Reading marque o final dos
problemas.
"Cada um tem que encontrar
seu espaço em algum lugar. Definitivamente, aqui não é mais o dele", afirmou Knight.
Texto Anterior: Ausência do futebol provoca piadas Próximo Texto: Líder do COI já prepara defesa Índice
|