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A cara do chefe
Seleção olímpica repete Dunga
Time que joga amistoso hoje no Engenhão contra destaques do Nacional tem pouca experiência
Confronto contra os melhores do Brasileiro é
a estréia do treinador na equipe que vai tentar o
ouro olímpico em Pequim
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS
Se nome e rodagem no futebol ganhassem jogo, o time nacional olímpico que começa hoje, no Rio, sua preparação para
os Jogos de Pequim seria goleado pelos dois antecessores.
A equipe que Dunga manda a
campo no Engenhão, às 16h,
contra um time de destaques
do Brasileiro, repete sua própria trajetória como treinador
-nunca havia dirigido um time
antes de ser chamado para a seleção principal. É uma equipe
de "anônimos" e com rala experiência em termos internacionais ou até mesmo no Brasil.
Oito jogadores (Renan, Nei,
Breno, Leandro Almeida, Leonardo, Charles, Ramirez e Diogo) só tiveram chances seguidas como profissionais nesta
temporada. Diego Souza, do
Grêmio, e Wágner, do Cruzeiro, se destacam há mais tempo.
O único astro de verdade é Alexandre Pato, mas ele tem pouco
mais de um ano como profissional e não joga uma partida
oficial há quatro meses.
Tudo muito diferente das
equipes sub-23 que disputaram
os últimos amistosos do ano
anterior aos Jogos de 2000, em
Sydney, e de 2004, em Atenas.
O primeiro tinha atletas lançados em clubes da elite três
anos antes, como o lateral Fábio Aurélio. Denílson já tinha
disputado até uma Copa do
Mundo. Alex era o principal jogador do Palmeiras desde 1997
e Ronaldinho somava aura de
fenômeno no Grêmio com passagem pela seleção principal.
O time sub-23 que encerrou a
temporada de 2003, e que nem
vaga no Pré-Olímpico conseguiu, tinha uma penca de jogadores que havia conquistado o
Brasileiro pelo Cruzeiro (Gomes, Maicon e Edu Dracena),
um meio-campo formado por
atletas que já estavam na Europa (Eduardo Costa, Fábio Rochemback e Thiago Motta) e,
na frente, Robinho, que já havia
brilhado no Brasileiro um ano
antes, e Nilmar.
Dunga parte para o ataque
quando comenta o perfil do
elenco que chamou para o confronto contra a seleção do Brasileiro, que estará desfalcada de
Rogério Ceni e Kléber e do técnico Muricy Ramalho.
"Chega a ser engraçado. Sempre me perguntam sobre a ausência dos jogadores que atuam
no Brasil na seleção [principal].
Agora, a pergunta foi ao contrário. Todos me questionavam
sobre os que atuam no exterior", afirmou o treinador, que
repete na equipe olímpica as
frases feitas da principal. "Seleção é momento. O jogador tem
que saber aproveitar a chance",
diz o gaúcho, que espera reforçar o elenco atual com atletas
que estão na Europa.
Mas promete benefícios para
o apagado grupo que chamou.
"Quem está na seleção leva
vantagem. Por isso, eles hoje
têm que aproveitar a oportunidade", falou Dunga, que diz ter
acompanhado bem durante o
ano os jogadores que chamou,
mesmo os da Série B.
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