São Paulo, domingo, 09 de dezembro de 2007

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A cara do chefe

Seleção olímpica repete Dunga

Time que joga amistoso hoje no Engenhão contra destaques do Nacional tem pouca experiência

Confronto contra os melhores do Brasileiro é a estréia do treinador na equipe que vai tentar o ouro olímpico em Pequim

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

Se nome e rodagem no futebol ganhassem jogo, o time nacional olímpico que começa hoje, no Rio, sua preparação para os Jogos de Pequim seria goleado pelos dois antecessores.
A equipe que Dunga manda a campo no Engenhão, às 16h, contra um time de destaques do Brasileiro, repete sua própria trajetória como treinador -nunca havia dirigido um time antes de ser chamado para a seleção principal. É uma equipe de "anônimos" e com rala experiência em termos internacionais ou até mesmo no Brasil.
Oito jogadores (Renan, Nei, Breno, Leandro Almeida, Leonardo, Charles, Ramirez e Diogo) só tiveram chances seguidas como profissionais nesta temporada. Diego Souza, do Grêmio, e Wágner, do Cruzeiro, se destacam há mais tempo. O único astro de verdade é Alexandre Pato, mas ele tem pouco mais de um ano como profissional e não joga uma partida oficial há quatro meses.
Tudo muito diferente das equipes sub-23 que disputaram os últimos amistosos do ano anterior aos Jogos de 2000, em Sydney, e de 2004, em Atenas.
O primeiro tinha atletas lançados em clubes da elite três anos antes, como o lateral Fábio Aurélio. Denílson já tinha disputado até uma Copa do Mundo. Alex era o principal jogador do Palmeiras desde 1997 e Ronaldinho somava aura de fenômeno no Grêmio com passagem pela seleção principal.
O time sub-23 que encerrou a temporada de 2003, e que nem vaga no Pré-Olímpico conseguiu, tinha uma penca de jogadores que havia conquistado o Brasileiro pelo Cruzeiro (Gomes, Maicon e Edu Dracena), um meio-campo formado por atletas que já estavam na Europa (Eduardo Costa, Fábio Rochemback e Thiago Motta) e, na frente, Robinho, que já havia brilhado no Brasileiro um ano antes, e Nilmar.
Dunga parte para o ataque quando comenta o perfil do elenco que chamou para o confronto contra a seleção do Brasileiro, que estará desfalcada de Rogério Ceni e Kléber e do técnico Muricy Ramalho.
"Chega a ser engraçado. Sempre me perguntam sobre a ausência dos jogadores que atuam no Brasil na seleção [principal]. Agora, a pergunta foi ao contrário. Todos me questionavam sobre os que atuam no exterior", afirmou o treinador, que repete na equipe olímpica as frases feitas da principal. "Seleção é momento. O jogador tem que saber aproveitar a chance", diz o gaúcho, que espera reforçar o elenco atual com atletas que estão na Europa.
Mas promete benefícios para o apagado grupo que chamou. "Quem está na seleção leva vantagem. Por isso, eles hoje têm que aproveitar a oportunidade", falou Dunga, que diz ter acompanhado bem durante o ano os jogadores que chamou, mesmo os da Série B.

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