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Sombra de ex-campeões perdura no Palmeiras
Só Luxemburgo e Scolari triunfaram no comando do time nos últimos 30 anos
Clube teve 52 técnicos na época; Murtosa, interino em 2000, e Picerni, na Série B em 2003, são exceções, com títulos de menor expressão
RENAN CACIOLI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Caio Júnior teve três campeonatos para tentar ganhar
um título em 2007, mas fracassou. E ao menos que o clube
consiga contratar Vanderlei
Luxemburgo ou Luiz Felipe
Scolari, qualquer um que chegar para dirigir o time em 2008
carregará o mesmo fardo que o
ex-comandante não suportou.
Isso porque, dos 52 treinadores que passaram pelo Parque
Antarctica nos últimos 30 anos
-período no qual se iniciou e se
enterrou o jejum de taças no
clube-, apenas os dois fizeram
a torcida gritar "é campeão".
As exceções foram Flávio
Teixeira, o Murtosa, fiel escudeiro de Scolari até os dias de
hoje na seleção portuguesa, que
levou o Palmeiras ao título da
Copa dos Campeões, em 2000,
quando substituiu interinamente seu tutor. E Jair Picerni,
que conduziu a equipe de volta
à elite nacional ao conquistar a
Série B em 2003.
O levantamento também não
levou em conta torneios amistosos, como a Copa Kirin, que o
time celebrou em 1978 sob a batuta de Jorge Vieira, e a Copa
Euro-América, em 1991, quando Dudu, que já dirigira a equipe duas vezes anteriormente,
guiou o grupo ao primeiro lugar. Por sinal, foi ele também
quem levou o clube alviverde
ao último título "nobre", o Paulista de 1976, antes da longa fila.
Deste o último triunfo até ser
iniciada a "era Luxemburgo",
foram 17 anos de espera sem
troféus de peso, onde nem nomes consagrados como Telê
Santana e Oswaldo Brandão foram capazes de reconduzir o
Palmeiras ao topo.
A partir de 1993, Luxemburgo foi um verdadeiro papa-taças. Faturou o Paulista, o Rio-SP e o Brasileiro. Na temporada
seguinte, foi bicampeão estadual e nacional. Após deixar o
clube, retornou em 1996 para
conquistar mais um Paulista.
Na breve lacuna que separou
sua gestão da de Scolari, o clube
testou Márcio Araújo, que sucumbiu na Copa do Brasil e no
Estadual com goleadas contundentes -1 a 4 frente ao São
Paulo e 0 a 4 para o Santos- e
um interino, Sebastião Lapola.
A chegada de Scolari marcou
a volta do Palmeiras às conquistas. Sem contar torneios
menores como o Maria Quitéria e o Naranja, em 1997, ele logo confirmou ser pé-quente.
Já em 98, venceu a Copa do
Brasil e a Copa Mercosul. No
ano seguinte, deu ao Palmeiras
o título da Libertadores. Despediu-se em 2000, com um
Rio-SP, antes de perder a Libertadores para o Boca Juniors, ir para o Cruzeiro e deixar o cargo para Murtosa.
Desde então, a diretoria trocou 18 vezes o técnico. Na elite,
nenhum deles vingou.
A 19ª mudança, porém, deverá repetir a mesma fórmula que
resultou na vinda de Caio Jr.
Sem dinheiro, o clube tende a
apostar em nomes emergentes
do mercado, com credenciais
bem diferentes das de Luxemburgo e Scolari.
Questionado no dia da demissão de Caio Jr. sobre qual o
perfil desejado para o novo comandante, o vice de futebol,
Gilberto Cipullo, respondeu
que procurava um treinador
que pudesse dar seqüência à filosofia iniciada pelo antecessor. "O que importa é o currículo", afirmou ele, na ocasião.
Como a história mostra, currículo no Palmeiras significa título. Coisa que, até o momento,
só dois homens conseguiram.
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