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TÊNIS
Britânico, pego com nandrolona, diz haver outros 46 casos entre os top 120
Flagrado, Rusedski acusa a ATP de provocar doping
DA REPORTAGEM LOCAL
Flagrado no antidoping com o
esteróide anabólico nandrolona,
o tenista britânico Greg Rusedski
afirmou que é vítima de um dos
"maiores escândalos" da história
do esporte e atacou a ATP (Associação dos Tenistas Profissional).
Rusedski, que chegou a ser o
quarto do mundo em 1997 e
atualmente é 117º no ranking, divulgou por meio de seu advogado
uma declaração dizendo que testes de 47 dos 120 melhores jogadores da ATP apresentaram elevado nível de nandrolona.
Segundo ele, entre agosto de
2002 e maio de 2003, "alguma coisa estranha aconteceu".
"Ao menos em 43 testes feitos
em tenistas top do circuito foram
encontrados elevados níveis de
nandrolona. O interessante não é
o número, mas o fato de todos os
exames terem a mesma estrutura", afirmou Rusedski, 30. "Isto
indica que todos os positivos tiveram uma fonte comum."
A nandrolona é um esteróide
anabólico e aumenta a força e a
potência muscular.
O tenista disse que, em um comunicado no início de julho de
2003, a ATP orientou seus membros a não distribuir suplementos, que poderiam estar contaminados, aos tenistas e que a medida
representaria o fim do problema.
"Não foi", disse o britânico, que
foi pego no final de julho, em Indianápolis. "O teste que eu fiz
duas semanas depois mostrou a
mesma estrutura. Depois disso,
mais três casos apresentaram as
mesmas características."
Ele lamentou sua situação. "Em
vez de me acusar, a ATP deveria
investigar o caso."
Rusedski afirmou que seu caso é
semelhante ao do tcheco Bohdan
Ulihrach, que também foi pego
com nandrolona em outubro de
2002, em Moscou. Ele chegou a
ser punido com dois anos de suspensão, mas a pena foi revista.
"Como Ulihrach testou positivo
por causa de material fornecido
pela ATP, o caso foi encerrado."
O presidente da Agência Mundial Antidoping, Dick Pound, disse que a ATP solicitou auxílio para
investigar o episódio.
A Associação dos Tenistas Profissionais não comentou o caso.
Rusedski será julgado no próximo dia 9, em Montréal. Se for
considerado culpado, pode pegar
dois anos de suspensão. Mas, até
lá, está liberado para jogar.
Nesta semana, foi eliminado na
segunda rodada do Torneio de
Adelaide. Ele está inscrito para a
disputa do Torneio de Sydney e
do Aberto da Austrália, nas próximas semanas.
Vários jogadores se disseram
surpresos com o envolvimento de
Rusedski no doping, mas não comentaram a acusação dele.
Casos de doping são pouco comuns no tênis. Além de Ulihrach,
só quatro episódios tiveram notoriedade nos últimos anos.
O argentino Guillermo Coria
também foi flagrado com nandrolona, em 2001. Seu compatriota Juan Ignácio Chela recebeu,
também em 2001, punição de três
meses pelo uso do esteróide anabólico metiltestosterona. E o tcheco Petr Korda, campeão do Aberto da Austrália em 1998, foi flagrado com nandrolona em Wimbledon na mesma temporada.
No início da semana, o argentino Mariano Puerta foi suspenso
por nove meses. Ele, que testou
positivo para clenbuterol no Torneio de Viña del Mar (Chile) em
2003, alega que tomou medicamento para asma.
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