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FUTEBOL
Em ano olímpico, profissionais que servem a seleção de Ricardo Gomes conseguem deixar a sombra do time principal
Chile dá holofote à comissão técnica B
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A CONCEPCIÓN
No ano em que a seleção brasileira sub-23 passa a ser até prioritária para a CBF por causa da
Olimpíada e do sonhado ouro, os
profissionais que servem a CBF e
não são "figurinhas" da seleção
principal devem roubar a cena.
A delegação da equipe que disputa o Pré-Olímpico tem vários
nomes de destaque no futebol que
ainda não são tão associados à seleção pelo público.
Um exemplo disso é Cristóvão,
ex-jogador que teve passagens
por Grêmio, Fluminense e Lusa,
entre outros clubes, e hoje é auxiliar técnico de Ricardo Gomes.
"Estava vendo uma palestra
do Carlos Alberto Parreira e do
Zagallo [técnico e coordenador
técnico da seleção principal]
quando tive contato com Gomes.
Ele tinha bastante experiência européia e estava voltando ao Brasil.
Conhecia bem o futebol no país, e
ele me chamou para ser seu auxiliar", disse Cristóvão, que disputou, ao lado do treinador da sub-23, a Copa América de 1989.
Cristóvão tem observado os adversários do Brasil no Pré-Olímpico e passado informações para
o grupo, serviço de "espionagem"
que Jairo Leal faz para Parreira na
time adulto. "Faço mais trabalho
de campo nos treinos, mas tenho
feito também essa função aqui."
Na parte médica, a seleção brasileira sub-23 destaca o ortopedista Rodrigo Lasmar, 31, filho de
Neylor Lasmar, médico do Brasil
nas Copas de 1982 e 86. Na seleção
principal, Lasmar vê a atuação de
José Luis Runco. No Chile, porém, ele é protagonista e tem como assistente José Gagliano, 56.
"Tenho mais idade que o Rodrigo, mas isso não quer dizer nada.
Ele é o principal médico da sub-23", diz, humilde, Gagliano.
A dupla de preparadores físicos
no Chile é composta por Carlos
Neves e Luiz Otávio Ferreira. O
primeiro, em especial, possui vitorioso currículo em clubes, tendo ganho títulos no Palmeiras e
no São Paulo, por exemplo.
"Sou um amigo do Moraci Sant'Anna e do Paulo Paixão [preparadores físicos da seleção principal]. Temos contato, mas o trabalho que é feito na sub-23 é independente do que é feito na seleção
principal", diz. Neves tem tido
bastante trabalho, pois os jogadores terão que suportar um duro
programa de jogos após a cansativa temporada brasileira.
A cúpula da delegação pré-olímpica já viu sensíveis mudanças. Américo Faria, supervisor
que atende tanto a seleção principal quanto a sub-23, não viajou
para o Chile. Guilherme Ribeiro,
administrador da CBF que na seleção principal não figura com
tanto destaque, é eminência parda no grupo que sonha com a inédita medalha de ouro em Atenas.
"A derrota em Sydney para Camarões foi inacreditável", diz Ribeiro, determinado a superar em
agosto a frustração de 2000.
Odir faz na sub-23 as vezes de
Luiz Alberto Rosan, fisioterapeuta do time de cima. E o massagista
Paulinho reproduz o trabalho de
Robertinho na equipe principal.
"Mais de 90% dos profissionais
que estão aqui irão a Atenas se o
Brasil classificar. Quem não está
aqui que muito possivelmente irá
à Grécia é Rodrigo Paiva [assessor
de imprensa da CBF], pois a
Olimpíada é um grande evento
internacional", disse Rafael Fernandes, profissional que faz a assessoria de imprensa da equipe
sub-23 no Chile -também viaja
com a seleção principal, mas atua
como assistente de Paiva.
O treinador de goleiros Wendell
e os roupeiros Antonio Assis e
Barreto servem as duas seleções.
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