São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2004

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FUTEBOL

Em ano olímpico, profissionais que servem a seleção de Ricardo Gomes conseguem deixar a sombra do time principal

Chile dá holofote à comissão técnica B

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A CONCEPCIÓN

No ano em que a seleção brasileira sub-23 passa a ser até prioritária para a CBF por causa da Olimpíada e do sonhado ouro, os profissionais que servem a CBF e não são "figurinhas" da seleção principal devem roubar a cena.
A delegação da equipe que disputa o Pré-Olímpico tem vários nomes de destaque no futebol que ainda não são tão associados à seleção pelo público.
Um exemplo disso é Cristóvão, ex-jogador que teve passagens por Grêmio, Fluminense e Lusa, entre outros clubes, e hoje é auxiliar técnico de Ricardo Gomes.
"Estava vendo uma palestra do Carlos Alberto Parreira e do Zagallo [técnico e coordenador técnico da seleção principal] quando tive contato com Gomes. Ele tinha bastante experiência européia e estava voltando ao Brasil. Conhecia bem o futebol no país, e ele me chamou para ser seu auxiliar", disse Cristóvão, que disputou, ao lado do treinador da sub-23, a Copa América de 1989.
Cristóvão tem observado os adversários do Brasil no Pré-Olímpico e passado informações para o grupo, serviço de "espionagem" que Jairo Leal faz para Parreira na time adulto. "Faço mais trabalho de campo nos treinos, mas tenho feito também essa função aqui."
Na parte médica, a seleção brasileira sub-23 destaca o ortopedista Rodrigo Lasmar, 31, filho de Neylor Lasmar, médico do Brasil nas Copas de 1982 e 86. Na seleção principal, Lasmar vê a atuação de José Luis Runco. No Chile, porém, ele é protagonista e tem como assistente José Gagliano, 56.
"Tenho mais idade que o Rodrigo, mas isso não quer dizer nada. Ele é o principal médico da sub-23", diz, humilde, Gagliano.
A dupla de preparadores físicos no Chile é composta por Carlos Neves e Luiz Otávio Ferreira. O primeiro, em especial, possui vitorioso currículo em clubes, tendo ganho títulos no Palmeiras e no São Paulo, por exemplo.
"Sou um amigo do Moraci Sant'Anna e do Paulo Paixão [preparadores físicos da seleção principal]. Temos contato, mas o trabalho que é feito na sub-23 é independente do que é feito na seleção principal", diz. Neves tem tido bastante trabalho, pois os jogadores terão que suportar um duro programa de jogos após a cansativa temporada brasileira.
A cúpula da delegação pré-olímpica já viu sensíveis mudanças. Américo Faria, supervisor que atende tanto a seleção principal quanto a sub-23, não viajou para o Chile. Guilherme Ribeiro, administrador da CBF que na seleção principal não figura com tanto destaque, é eminência parda no grupo que sonha com a inédita medalha de ouro em Atenas.
"A derrota em Sydney para Camarões foi inacreditável", diz Ribeiro, determinado a superar em agosto a frustração de 2000.
Odir faz na sub-23 as vezes de Luiz Alberto Rosan, fisioterapeuta do time de cima. E o massagista Paulinho reproduz o trabalho de Robertinho na equipe principal.
"Mais de 90% dos profissionais que estão aqui irão a Atenas se o Brasil classificar. Quem não está aqui que muito possivelmente irá à Grécia é Rodrigo Paiva [assessor de imprensa da CBF], pois a Olimpíada é um grande evento internacional", disse Rafael Fernandes, profissional que faz a assessoria de imprensa da equipe sub-23 no Chile -também viaja com a seleção principal, mas atua como assistente de Paiva.
O treinador de goleiros Wendell e os roupeiros Antonio Assis e Barreto servem as duas seleções.


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