São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

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saco sem fundo

Palmeiras amarga rombo de R$ 30 mi

Valor corresponde a um terço do que o clube empenhou sob a batuta de Della Monica só no departamento de futebol

Às vésperas da eleição para presidente, Conselho alerta para o comprometimento de receitas perante o C13, federação e fornecedor

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Dentro e fora dos gramados, o Palmeiras chega às vésperas de suas eleições, marcadas para o próximo dia 22, em déficit em relação à situação encontrada por Affonso della Monica ao assumir a presidência em 2005. Além de ter fechado o Brasileiro no 16º posto, a última posição antes da zona de rebaixamento, o Conselho de Orientação Fiscal do clube contabiliza a dívida do time alviverde entre R$ 28 milhões e R$ 30 milhões.
Apesar de o clube manter entre R$ 7 milhões e R$ 8 milhões aplicados, o órgão fiscalizador aponta que o orçamento de 2007 já está comprometido. Della Monica recebeu o time classificado à Libertadores e sob o comando bem azeitado do técnico Estevam Soares, que caiu depois de o time ser alvo de críticas do então diretor de futebol Salvador Hugo Palaia.
No ano seguinte, Palaia, de novo, foi protagonista de um episódio que culminou com a queda de outro técnico, Tite, responsável por espasmo de recuperação do time no Nacional. Financeiramente, Della Monica iniciou sua gestão no azul. O clube contava com R$ 18 milhões em aplicações de curto ou médio prazo e mais R$ 20 milhões em recebíveis (cotas do Clube dos 13, parcelas da negociação de jogadores etc.).
A próxima gestão assumirá com parte de sua receita comprometida. O clube recebeu adiantamento de parte do patrocínio da Adidas, de cotas do Clube dos 13, da Federação Paulista e, segundo a oposição, até da BWA, empresa que produz e comercializa ingressos. Segundo projeções de membros do COF, o clube gastou cerca de R$ 150 milhões com o departamento de futebol no biênio. Até novembro, o balanço apontava custo de R$ 141,2 milhões com salários, contratações e despesas pontuais.
Ou seja, as dívidas do clube representam um quinto dos gastos do futebol no biênio. Além das despesas com as trocas de técnicos e reforços, ajudou a inchar a folha gastos exóticos, como a reforma, por ordem de Emerson Leão, para aumentar seu banheiro privativo no CT, o que provocou o aterramento de uma piscina.
""O Mustafá [Contursi, ex-presidente do Palmeiras, que apóia o oposicionista Roberto Frizzo] critica nossas dívidas, mas na gestão dele isso também acontecia", disse Gilberto Cipullo, diretor de futebol do Palmeiras e candidato a vice de futebol de Della Monica. "Com o Mustafá, fomos rebaixados. Vamos equacionar a situação dos salários atrasados de novembro e dezembro. Todo time atrasa, é normal." "Para meu sucessor deixei títulos, caixa e a equipe na Libertadores. Se ele considera atrasos normais, não conhece o Palmeiras", retrucou Mustafá, que ontem foi reeleito presidente do Sindicato do Futebol.


Colaborou MÁRVIO DOS ANJOS , da Reportagem Local

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