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saco sem fundo
Palmeiras amarga rombo de R$ 30 mi
Valor corresponde a um terço do que o clube empenhou sob a batuta de Della Monica só no departamento de futebol
Às vésperas da eleição para presidente, Conselho alerta para o comprometimento de receitas perante o C13, federação e fornecedor
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Dentro e fora dos gramados,
o Palmeiras chega às vésperas
de suas eleições, marcadas para
o próximo dia 22, em déficit em
relação à situação encontrada
por Affonso della Monica ao assumir a presidência em 2005.
Além de ter fechado o Brasileiro no 16º posto, a última posição antes da zona de rebaixamento, o Conselho de Orientação Fiscal do clube contabiliza
a dívida do time alviverde entre
R$ 28 milhões e R$ 30 milhões.
Apesar de o clube manter entre R$ 7 milhões e R$ 8 milhões
aplicados, o órgão fiscalizador
aponta que o orçamento de
2007 já está comprometido.
Della Monica recebeu o time
classificado à Libertadores e
sob o comando bem azeitado
do técnico Estevam Soares, que
caiu depois de o time ser alvo de
críticas do então diretor de futebol Salvador Hugo Palaia.
No ano seguinte, Palaia, de
novo, foi protagonista de um
episódio que culminou com a
queda de outro técnico, Tite,
responsável por espasmo de recuperação do time no Nacional.
Financeiramente, Della Monica iniciou sua gestão no azul.
O clube contava com R$ 18
milhões em aplicações de curto
ou médio prazo e mais R$ 20
milhões em recebíveis (cotas
do Clube dos 13, parcelas da negociação de jogadores etc.).
A próxima gestão assumirá
com parte de sua receita comprometida. O clube recebeu
adiantamento de parte do patrocínio da Adidas, de cotas do
Clube dos 13, da Federação
Paulista e, segundo a oposição,
até da BWA, empresa que produz e comercializa ingressos.
Segundo projeções de membros do COF, o clube gastou
cerca de R$ 150 milhões com o
departamento de futebol no
biênio. Até novembro, o balanço apontava custo de R$ 141,2
milhões com salários, contratações e despesas pontuais.
Ou seja, as dívidas do clube
representam um quinto dos
gastos do futebol no biênio.
Além das despesas com as
trocas de técnicos e reforços,
ajudou a inchar a folha gastos
exóticos, como a reforma, por
ordem de Emerson Leão, para
aumentar seu banheiro privativo no CT, o que provocou o
aterramento de uma piscina.
""O Mustafá [Contursi, ex-presidente do Palmeiras, que
apóia o oposicionista Roberto
Frizzo] critica nossas dívidas,
mas na gestão dele isso também acontecia", disse Gilberto
Cipullo, diretor de futebol do
Palmeiras e candidato a vice de
futebol de Della Monica.
"Com o Mustafá, fomos rebaixados. Vamos equacionar a
situação dos salários atrasados
de novembro e dezembro. Todo time atrasa, é normal."
"Para meu sucessor deixei títulos, caixa e a equipe na Libertadores. Se ele considera atrasos normais, não conhece o Palmeiras", retrucou Mustafá, que
ontem foi reeleito presidente
do Sindicato do Futebol.
Colaborou MÁRVIO DOS ANJOS ,
da Reportagem Local
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