São Paulo, quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

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Brasil interdita estádios de Norte a Sul

Ofensiva do Ministério Público e de governos estaduais ameaça a realização de campeonatos e reduz ganhos dos clubes

Com problemas graves em suas três principais arenas, Recife deve conhecer hoje o destino dos campos de Náutico, Santa Cruz e Sport


EDUARDO OHATA
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os deteriorados estádios brasileiros vão bagunçar os campeonatos estaduais em 2008.
Reflexo da tragédia no final do ano passado na baiana Fonte Nova, quando parte da arquibancada caiu e sete pessoas morreram, arenas de tamanhos variados estão sendo total ou parcialmente interditadas, prejudicando a tabela e o faturamento das competições.
A situação mais grave está no Nordeste. Dois Estados estão com suas principais arenas fechadas -Bahia, com a Fonte Nova, e Alagoas, com o Rei Pelé.
A lista deve engrossar nos próximos dias com outros famosos campos nordestinos.
O Ministério Público pernambucano anuncia hoje, depois de receber relatório com as "defesas" dos clubes, o destino dos três estádios mais importantes do Recife -Ilha do Retiro, do Sport, Arruda, do Santa Cruz, e Aflitos, do Náutico.
Segundo Aguinaldo Felenon, promotor estadual da cidadania, uma vistoria feita por órgãos estaduais detectou problemas que provocam perigos que iriam de R1 a R4, o maior deles (risco de morte muito alto).
"O local onde fica a torcida jovem do Sport é R4. A parte social do Náutico foi classificada de R4 também por conta da estrutura metálica que as protege de chuva. Há um risco muito alto de desabar. No Arruda, todo o anel superior é R4. Existe o risco de provável desabamento", argumenta Felenon.
No Ceará, o fechamento total do Presidente Vargas, o segundo estádio mais importante de Fortaleza, atrás do Castelão, também foi pedido, porém a prefeitura local, proprietária do campo, resolveu fazer uma reforma e diminuir quase pela metade a capacidade da arena.
Na Paraíba, uma comissão montada pelo governo vistoriou os dois principais campos do Estado -o Amigão, em Campina Grande, e o Almeidão, em João Pessoa. Se reprovados, eles devem tornar o início do Paraibano inviável. O Ministério Público já pediu a interdição parcial do Amigão, citando perigo da cobertura despencar sobre parte das arquibancadas e numeradas.
No Pará, dez estádios foram fechados por problemas de segurança. Isso fez a segunda fase do torneio local ter seu início atrasado em um mês.
"Acredito que até o dia 9 de fevereiro quatro ou cinco estádios serão liberados, aí dá para fazer o campeonato. Só será necessário fazer uma adequação da tabela", explica Paulo Romano, diretor técnico da Federação Paraense de Futebol.
Ele nem cogita a hipótese de o campeonato não acontecer. "Afinal, este é o ano do centenário do Estadual", justifica.
Mas a precariedade dos estádios não é exclusividade de nortistas e nordestinos. O Couto Pereira, em Curitiba (que já fechou o Pinheirão), vai começar o Estadual sem um laudo definitivo dos bombeiros. Segundo a federação paranaense, foi emitida licença provisória para o Couto Pereira para a primeira rodada. Como o Coritiba perdera o prazo para pedir a vistoria aos bombeiros, o laudo deve sair apenas em 15 dias.


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