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Brasil interdita estádios de Norte a Sul
Ofensiva do Ministério Público e de governos estaduais ameaça a realização de campeonatos e reduz ganhos dos clubes
Com problemas graves em suas três principais arenas, Recife deve conhecer hoje o destino dos campos de Náutico, Santa Cruz e Sport
EDUARDO OHATA
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os deteriorados estádios brasileiros vão bagunçar os campeonatos estaduais em 2008.
Reflexo da tragédia no final
do ano passado na baiana Fonte Nova, quando parte da arquibancada caiu e sete pessoas
morreram, arenas de tamanhos
variados estão sendo total ou
parcialmente interditadas, prejudicando a tabela e o faturamento das competições.
A situação mais grave está no
Nordeste. Dois Estados estão
com suas principais arenas fechadas -Bahia, com a Fonte
Nova, e Alagoas, com o Rei Pelé.
A lista deve engrossar nos
próximos dias com outros famosos campos nordestinos.
O Ministério Público pernambucano anuncia hoje, depois de receber relatório com as
"defesas" dos clubes, o destino
dos três estádios mais importantes do Recife -Ilha do Retiro, do Sport, Arruda, do Santa
Cruz, e Aflitos, do Náutico.
Segundo Aguinaldo Felenon,
promotor estadual da cidadania, uma vistoria feita por órgãos estaduais detectou problemas que provocam perigos que
iriam de R1 a R4, o maior deles
(risco de morte muito alto).
"O local onde fica a torcida
jovem do Sport é R4. A parte social do Náutico foi classificada
de R4 também por conta da estrutura metálica que as protege
de chuva. Há um risco muito alto de desabar. No Arruda, todo
o anel superior é R4. Existe o
risco de provável desabamento", argumenta Felenon.
No Ceará, o fechamento total
do Presidente Vargas, o segundo estádio mais importante de
Fortaleza, atrás do Castelão,
também foi pedido, porém a
prefeitura local, proprietária
do campo, resolveu fazer uma
reforma e diminuir quase pela
metade a capacidade da arena.
Na Paraíba, uma comissão
montada pelo governo vistoriou os dois principais campos
do Estado -o Amigão, em
Campina Grande, e o Almeidão, em João Pessoa. Se reprovados, eles devem tornar o início do Paraibano inviável. O
Ministério Público já pediu a
interdição parcial do Amigão,
citando perigo da cobertura
despencar sobre parte das arquibancadas e numeradas.
No Pará, dez estádios foram
fechados por problemas de segurança. Isso fez a segunda fase
do torneio local ter seu início
atrasado em um mês.
"Acredito que até o dia 9 de
fevereiro quatro ou cinco estádios serão liberados, aí dá para
fazer o campeonato. Só será necessário fazer uma adequação
da tabela", explica Paulo Romano, diretor técnico da Federação Paraense de Futebol.
Ele nem cogita a hipótese de
o campeonato não acontecer.
"Afinal, este é o ano do centenário do Estadual", justifica.
Mas a precariedade dos estádios não é exclusividade de
nortistas e nordestinos. O Couto Pereira, em Curitiba (que já
fechou o Pinheirão), vai começar o Estadual sem um laudo
definitivo dos bombeiros. Segundo a federação paranaense,
foi emitida licença provisória
para o Couto Pereira para a primeira rodada. Como o Coritiba
perdera o prazo para pedir a
vistoria aos bombeiros, o laudo
deve sair apenas em 15 dias.
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