São Paulo, quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

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CARLOS SARLI

Vida de atleta


Pablo Paulino faturou o bi do Mundial sub-21 e elevou o Brasil na categoria, mas o país ainda peca na elite do surfe


HÁ SEIS ANOS , Pablo Paulino saiu de Fortaleza (CE) e foi para o Rio de Janeiro. O shaper Thiago Cunha trouxe Pablo com outros jovens surfistas do Nordeste e deu morada, pranchas, alimentação e inscrição nos campeonatos.
Em 2004, Pablo se destacou nos torneios locais e arranjou patrocinador. No mesmo ano, o cearense ganhou a seletiva sul-americana e foi direto para a Austrália disputar o ASP World Junior Championship (o Mundial sub-21). Venceu o Mundial. E, a partir daí, sua vida mudou.
No último domingo, aos 20 anos, Pablo subiu na prancha para descer as mesmas esquerdas em que fora campeão há três anos, em North Narrabeen, Sydney (AUS), só que em ondas bem maiores. Em vez de aéreos, que são sua especialidade, tubos e rasgadas com pressão, como o mar exigia. Diferente também ter chegado à prova como convidado, pois não se classificou pela seletiva.
Determinado desde as primeiras baterias, Pablo justificou o convite de seu patrocinador, que é também o do evento, e foi campeão do Billabong World Junior válido pelo título de 2007. Agora ele divide o recorde de conquistas com o número quatro do mundo, Joel Parkinson, o Parko.
E, além do bicampeonato, o título colocou o Brasil como o maior ganhador da categoria, com quatro títulos entre oito disputados. Assim como no sub-21, no WQS (a divisão de acesso) o Brasil também é recordista de títulos, com oito em 16 edições. Mas como explicar resultados tão expressivos nessas categorias e não chegar perto de um título da elite, o WCT? Parko, desde que entrou no WCT, está entre os favoritos. Mick Fanning, campeão do WQS em 2001, chegou à elite lutando pelo título, que obteve em 2007.
Falta de estrutura, de grana, já nem é tão verdade, e, fosse esse o caso, muitas vezes isso se torna estímulo, como para os maratonistas quenianos, os boxeadores do Harlem. Os juízes são quase os mesmos, portanto não é questão de avaliação. A diferença entre essas competições são as ondas, de onde se conclui que o que falta aos brasileiros é mais treino. Pablo, assim como Mineirinho e outros tantos, tem potencial, mas precisa viver vida de atleta se quiser chegar ao topo da elite.

SKATE STREET
Bom início de ano para o esporte que vem sofrendo com a escassez de campeonatos profissionais. De 17 a 19 de janeiro, Madre de Deus, BA, recebe a primeira etapa do circuito brasileiro. Destaque para a premiação de R$ 45 mil distribuída entre os 15 primeiros.

ONDAS GRANDES
Ontem era esperada uma ondulação grande no Havaí. No último sábado, uma forte tempestade atingiu a costa sul da Califórnia, nos EUA, e proporcionou as maiores ondas já registradas em Cortes Banks. O californiano Mike Parsons dropou uma montanha d'água de mais de 80 pés.

sarli@trip.com.br


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