São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Auditor paulista estréia no TJD defendendo sede fora do Rio

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local

O representante paulista no Tribunal de Justiça Desportiva da Confederação Brasileira de Futebol, Kalil Abdala, 58, defende que ele não deve continuar funcionando no Rio de Janeiro.
""Não só o tribunal, mas a própria CBF. Acho que deveriam ficar em Brasília", disse o advogado, que foi diretor jurídico do São Paulo nos anos 80, durante a gestão de Carlos Miguel Aidar.
Único representante paulista entre os 11 auditores que compõem o novo tribunal, cuja primeira sessão será hoje à noite, no Rio, Abdala diz que não terá pudores em defender a tese da mudança do local do TJD.
Apesar de dizer que não acredita em ""cariocada" -reclamação feita por dirigentes paulistas no ano passado após punição ao São Paulo pelo caso Sandro Hiroshi, beneficiando o Botafogo-RJ-, acha que a credibilidade do tribunal seria maior se ele ficasse na capital federal. ""Até acho que Brasília não deveria ser a capital do Brasil, mas, já que é, lá deveriam ficar a CBF e o TJD."
""Se a CBF fica no Rio, podemos perguntar o porquê de não ser em São Paulo. É uma coisa que só serve para gerar controvérsias."
O auditor paulista, empossado na terça da semana passada, é a favor, também, de uma maior representatividade de outros Estados no tribunal. Para ele, dos três auditores indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil -seção federal-, o melhor seria ter um de São Paulo, um do Rio e um terceiro de outro Estado. Atualmente, são dois do Rio e um de São Paulo -no ano passado, como os três foram indicados pela OAB-RJ, todos eram cariocas.
""Agora, a OAB do Rio indicou um auditor, a federal, outro, também um carioca, e a OAB de São Paulo foi quem me indicou."
Sobre o fato de ser ligado ao São Paulo, Abdala evita fazer comentários. Prefere enfatizar, apenas, que não acredita ter sido indicado por causa da paixão clubística. ""Sou são-paulino, sim, mas na hora de julgar qualquer questão isso fica para trás."
O advogado, cujo escritório defende os envolvidos no caso da Escola Base, lembra que seu nome foi indicado por Rubens Approbato Machado, presidente da OAB-SP, torcedor do Corinthians. Sobre o julgamento de Sandro Hiroshi e a perda dos pontos do São Paulo no Brasileiro-99, Abdala se nega a fazer comentários.
Mas a respeito da Lei Pelé, considera um absurdo a impossibilidade de punir jogadores pegos no antidoping, por exemplo, por um período maior do que 29 dias. ""É melhor e mais justo aplicar o Código Brasileiro Disciplinar de Futebol. Você acha certo suspender um jogador que atuou dopado por menos de um mês?"
Já a respeito da polêmica sobre a posse de Luís Zveiter como presidente do TJD -como desembargador, está tendo seu posto questionado por advogados no Rio, que acham que ele não poderia acumular a função-, Abdala faz questão de defender o colega.
""Se os desembargadores estão liberados para o magistério, não vejo motivos para que não possam atuar no TJD. Não se trata de um cargo remunerado, e se trata de pessoas de gabarito."


Texto Anterior: Diretoria apresenta reforço hoje
Próximo Texto: Rio mantém supremacia no tribunal
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.