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Auditor paulista estréia no TJD
defendendo sede fora do Rio
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local
O representante paulista no Tribunal de Justiça Desportiva da
Confederação Brasileira de Futebol, Kalil Abdala, 58, defende que
ele não deve continuar funcionando no Rio de Janeiro.
""Não só o tribunal, mas a própria CBF. Acho que deveriam ficar em Brasília", disse o advogado, que foi diretor jurídico do São
Paulo nos anos 80, durante a gestão de Carlos Miguel Aidar.
Único representante paulista
entre os 11 auditores que compõem o novo tribunal, cuja primeira sessão será hoje à noite, no
Rio, Abdala diz que não terá pudores em defender a tese da mudança do local do TJD.
Apesar de dizer que não acredita em ""cariocada" -reclamação
feita por dirigentes paulistas no
ano passado após punição ao São
Paulo pelo caso Sandro Hiroshi,
beneficiando o Botafogo-RJ-,
acha que a credibilidade do tribunal seria maior se ele ficasse na capital federal. ""Até acho que Brasília não deveria ser a capital do
Brasil, mas, já que é, lá deveriam
ficar a CBF e o TJD."
""Se a CBF fica no Rio, podemos
perguntar o porquê de não ser em
São Paulo. É uma coisa que só serve para gerar controvérsias."
O auditor paulista, empossado
na terça da semana passada, é a
favor, também, de uma maior representatividade de outros Estados no tribunal. Para ele, dos três
auditores indicados pela Ordem
dos Advogados do Brasil -seção
federal-, o melhor seria ter um
de São Paulo, um do Rio e um terceiro de outro Estado. Atualmente, são dois do Rio e um de São
Paulo -no ano passado, como os
três foram indicados pela OAB-RJ, todos eram cariocas.
""Agora, a OAB do Rio indicou
um auditor, a federal, outro, também um carioca, e a OAB de São
Paulo foi quem me indicou."
Sobre o fato de ser ligado ao São
Paulo, Abdala evita fazer comentários. Prefere enfatizar, apenas,
que não acredita ter sido indicado
por causa da paixão clubística.
""Sou são-paulino, sim, mas na
hora de julgar qualquer questão
isso fica para trás."
O advogado, cujo escritório defende os envolvidos no caso da
Escola Base, lembra que seu nome
foi indicado por Rubens Approbato Machado, presidente da
OAB-SP, torcedor do Corinthians. Sobre o julgamento de
Sandro Hiroshi e a perda dos
pontos do São Paulo no Brasileiro-99, Abdala se nega a fazer comentários.
Mas a respeito da Lei Pelé, considera um absurdo a impossibilidade de punir jogadores pegos no
antidoping, por exemplo, por um
período maior do que 29 dias. ""É
melhor e mais justo aplicar o Código Brasileiro Disciplinar de Futebol. Você acha certo suspender
um jogador que atuou dopado
por menos de um mês?"
Já a respeito da polêmica sobre a
posse de Luís Zveiter como presidente do TJD -como desembargador, está tendo seu posto questionado por advogados no Rio,
que acham que ele não poderia
acumular a função-, Abdala faz
questão de defender o colega.
""Se os desembargadores estão
liberados para o magistério, não
vejo motivos para que não possam atuar no TJD. Não se trata de
um cargo remunerado, e se trata
de pessoas de gabarito."
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