São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000


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Briga de torcidas ressuscita anti-semitismo na Polônia

das agências internacionais

Uma briga entre os torcedores dos clubes Widzew e LKS, ambos de Lodz, ressuscitou o anti-semitismo nessa cidade polonesa, cujas paredes e muros estão cheios de frases contra judeus.
O fenômeno é tão inquietante que muitos cidadãos de origem israelita fizeram declarações públicas para que a população local não se deixe levar por esse clima.
A prefeitura local admitiu que a situação é vergonhosa e prometeu lavar os muros -há pichações como ""Os judeus para a câmara de gás" e ""Hitler, te respeitamos"- e proteger as sinagogas.
A cidade é dividida pela rua Kilinski. De um lado, estão os bairros de maioria judia e a sede do clube Widzew. Do outro, estão a população de maioria católica e a sede do LKS.
Os torcedores e jogadores do Widzew recebem dos rivais o apelido de ""os costeletas compridas", em alusão às tranças (peot, em hebraico) que os judeus ortodoxos usam na região da têmpora.
O jornal local ""Gazeta Wyborcza" denuncia que se produziu um surto anti-semita com as brigas entre hooligans dos dois clubes.
O estopim para conflito de torcedores teria começado com cânticos de arquibancada. ""Widzew é uma aldeia judia/E nós, do LKS, somos a SS (tropa de elite da Alemanha nazista)", cantavam os seguidores do LKS.
Agora, nos estádios, são distribuídos panfletos com textos como: ""O Widzew tem torcedores em toda a Polônia porque, por azar, nem todos os judeus foram exterminados por Hitler". Essas ações são reforçadas por simpatizantes da extrema-direita.
A Polônia foi invadida por tropas alemãs em setembro de 1939, transformando-se no principal palco das atrocidades nazistas contra a população judia (os campos de concentração Auschwitz e Treblinka ficavam lá).


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