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Crise frita Corinthians que vestiu a camisa corintiana
Futebol ruim ameaça abortar experiência com Juninho, Márcio e Rivellino, ídolos do clube
RICARDO PERRONE
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians apostou firme
em gente com sua "pele", mas parece estar arrependido disso.
A primeira derrota em 2004,
contra a Portuguesa, aumentou o
processo de fritura do treinador
Juninho, que terá uma reunião
com a diretoria hoje. E o diretor
técnico Rivellino começa a seguir
o mesmo caminho.
Os dois e outros integrantes da
comissão técnica -o auxiliar
Márcio e o preparador de goleiros
Solitinho- foram jogadores do
clube do Parque São Jorge.
A idéia de preencher o futebol
corintiano de ex-ídolos, patrocinada pelo vice-presidente de futebol, Antonio Roque Citadini, é fato raro hoje no Brasil.
Santos e São Paulo têm treinadores que nunca defenderam o
clube como jogadores. No Rio, o
Flamengo trouxe Abel Braga, que
foi ídolo no Vasco. Em Minas,
Cruzeiro e Atlético-MG também
são comandados por técnicos
-Wanderley Luxemburgo e Bonamigo, respectivamente- sem
identificação com eles.
Reunida desde outubro do ano
passado, a dupla formada por Juninho e Rivellino tem resultados
decepcionantes. Na média, o time
só ganhou um ponto a cada três
disputados no período.
A situação ficou insustentável
após a derrota para a Portuguesa
(1 a 0), que deixou o time na quinta posição do Grupo 1 do Paulista
-os quatro melhores avançam.
Rivellino não assegurou a permanência do ex-zagueiro no clube
até o jogo com o São Paulo, no domingo. Além de revelar a frágil situação do técnico, a declaração do
dirigente o colocou em rota de colisão com a cúpula corintiana.
Andrés Sanchez, vice de esportes terrestres e um dos comandantes do futebol do clube, desautorizou publicamente Rivellino.
Ele assegurou que Juninho será
o técnico no clássico e reprovou a
lavagem pública de roupa suja.
Ontem, o diretor técnico voltou
atrás. "Não falei que o Juninho
poderia sair, só disse que precisamos ter calma", afirmou.
O episódio só aumentou a insatisfação dos principais dirigentes
do clube com o que chamam de
"falta de habilidade" do diretor
técnico para dar entrevistas.
Ele já havia deixado seus chefes
descontentes ao se irritar com
perguntas sobre a contratação de
clientes de seu filho Márcio, que é
procurador de jogadores e treinadores. Ele trabalha com Adrianinho, um dos reforços do Corinthians para esta temporada.
A irritação dos dirigentes é
maior ainda com Juninho. Apesar
de ganhar o apoio público de Sanchez, o treinador segue na corda
bamba. Se ficar mesmo no cargo
até o clássico, ele será demitido
em caso de derrota.
Na reunião de hoje, Rivellino vai
sugerir ao treinador que defina
um esquema tático para o time.
O técnico já usou o esquema 4-3-3 e o 4-4-2. Mas recebeu as
maiores críticas ao escalar três volantes e nenhum armador contra
o Botafogo-PB, pela Copa do Brasil. Os gols da vitória por 2 a 0 saíram já com o time mudado.
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