São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2004

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NATAÇÃO

Principal revelação das piscinas e esperança para Atenas, Thiago Pereira perde "guru" e cogita treinar nos EUA

Sem técnico, prodígio pode deixar Brasil

FERNANDO ITOKAZU
GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele foi lapidado para brilhar em Atenas. Assumiu a condição de prodígio das piscinas, mostrou resultados e chegou ao ano olímpico pronto para corresponder às expectativas. Só que uma repentina mudança pode alterar os projetos de Thiago Pereira.
Recordista sul-americano aos 18 anos, especialista em provas de medley e peito, ele perdeu na semana passada o treinador que o tirou do posto de promessa e assegurou seu status de estrela.
Mirco Cevales deixou o comando da natação do Minas Tênis após um ano de trabalho no clube. A diretoria diz que houve "incompatibilidade de idéias."
Foi sob a batuta do técnico que Pereira conquistou títulos no Troféu Brasil, arrebatou duas medalhas no Pan-Americano de Santo Domingo e estabeleceu o índice para competir na Grécia nos 200 m medley e nos 400 m medley.
"Quando soube da demissão, não acreditei. Até agora não explicaram pra gente qual foi o motivo. Só fico pensando em quem será o substituto", disse o nadador.
O Minas ainda não definiu um nome para coordenar a equipe em 2004. Interinamente, os treinos são chefiados por Luis Menezes. Além de Pereira, Rodrigo Castro e Rogério Romero defendem o clube e já lograram o índice para disputar a Olimpíada.
"Já estamos em fevereiro e tudo segue indefinido. Na semana passada, por conta da transição, já não treinamos direito. Isso me preocupa bastante", revelou o atleta, que foi duas vezes ao pódio na etapa carioca da Copa do Mundo, encerrada anteontem.
A solução para o impasse pode ser encontrada fora do país. Pereira sempre cogitou a hipótese de treinar nos EUA. Pretendia fazê-lo apenas após a Olimpíada. Mas agora, sem Cevales para orientá-lo, pode antecipar a viagem.
"Tudo vai depender de quem o Minas contratar. Seria ruim sair agora por causa da proximidade dos Jogos, mas é uma opção que ainda levo em conta", disse ele.
Para o ex-técnico, a situação é frustrante. "Pela primeira vez, estávamos formando um atleta inteiramente no Brasil. Se ele realmente precisar ir aos EUA, será um retrocesso. Caminharemos para trás", afirmou Cevales.
A demissão do principal treinador justamente no ano dos Jogos não é exclusividade do clube mineiro. Em São Paulo, o Pinheiros finalizou em janeiro uma parceria de 16 anos com Alberto Klar. Motivo: contenção de despesas.
Dois atletas da agremiação também já garantiram índice para competir em Atenas -Gustavo Borges e Flávia Delaroli.


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