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NATAÇÃO
Principal revelação das piscinas e esperança para Atenas, Thiago Pereira perde "guru" e cogita treinar nos EUA
Sem técnico, prodígio pode deixar Brasil
FERNANDO ITOKAZU
GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele foi lapidado para brilhar em
Atenas. Assumiu a condição de
prodígio das piscinas, mostrou
resultados e chegou ao ano olímpico pronto para corresponder às
expectativas. Só que uma repentina mudança pode alterar os projetos de Thiago Pereira.
Recordista sul-americano aos
18 anos, especialista em provas de
medley e peito, ele perdeu na semana passada o treinador que o
tirou do posto de promessa e assegurou seu status de estrela.
Mirco Cevales deixou o comando da natação do Minas Tênis
após um ano de trabalho no clube. A diretoria diz que houve "incompatibilidade de idéias."
Foi sob a batuta do técnico que
Pereira conquistou títulos no Troféu Brasil, arrebatou duas medalhas no Pan-Americano de Santo
Domingo e estabeleceu o índice
para competir na Grécia nos 200
m medley e nos 400 m medley.
"Quando soube da demissão,
não acreditei. Até agora não explicaram pra gente qual foi o motivo.
Só fico pensando em quem será o
substituto", disse o nadador.
O Minas ainda não definiu um
nome para coordenar a equipe
em 2004. Interinamente, os treinos são chefiados por Luis Menezes. Além de Pereira, Rodrigo
Castro e Rogério Romero defendem o clube e já lograram o índice
para disputar a Olimpíada.
"Já estamos em fevereiro e tudo
segue indefinido. Na semana passada, por conta da transição, já
não treinamos direito. Isso me
preocupa bastante", revelou o
atleta, que foi duas vezes ao pódio
na etapa carioca da Copa do Mundo, encerrada anteontem.
A solução para o impasse pode
ser encontrada fora do país. Pereira sempre cogitou a hipótese de
treinar nos EUA. Pretendia fazê-lo apenas após a Olimpíada. Mas
agora, sem Cevales para orientá-lo, pode antecipar a viagem.
"Tudo vai depender de quem o
Minas contratar. Seria ruim sair
agora por causa da proximidade
dos Jogos, mas é uma opção que
ainda levo em conta", disse ele.
Para o ex-técnico, a situação é
frustrante. "Pela primeira vez, estávamos formando um atleta inteiramente no Brasil. Se ele realmente precisar ir aos EUA, será
um retrocesso. Caminharemos
para trás", afirmou Cevales.
A demissão do principal treinador justamente no ano dos Jogos
não é exclusividade do clube mineiro. Em São Paulo, o Pinheiros
finalizou em janeiro uma parceria
de 16 anos com Alberto Klar. Motivo: contenção de despesas.
Dois atletas da agremiação também já garantiram índice para
competir em Atenas -Gustavo
Borges e Flávia Delaroli.
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