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Na primeira partida do ano, seis jogadores marcam nos 7 a 1 sobre Hong Kong, maior goleada da seleção na nova gestão do treinador, e reeditam característica da equipe quando sua maior estrela não está no gramado
Sem Ronaldo, "Brasil total" bate recorde com Parreira
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A HONG KONG
Foi, é verdade, contra um rival
para lá de inexpressivo. Mas a goleada do Brasil sobre Hong Kong
ontem, por 7 a 1, confirmou que o
time fica bem mais "democrático" na sua artilharia quando atua
sem seu principal astro.
Seis jogadores diferentes marcaram na estréia da seleção em
2005, que produziu a maior goleada da nova era Carlos Alberto
Parreira. Eles engrossam a lista de
goleadores da equipe quando Ronaldo não está em campo.
Mesmo sendo raros na atual
gestão do treinador, os minutos
sem Ronaldo produziram 14 jogadores artilheiros, sendo que nada
menos do que três são zagueiros.
Já quando o astro do Real Madrid
esteve no gramado concentrando
boa parte das ações ofensivas, somente sete atletas marcaram (laterais, meias e atacantes).
Com mais gente balançando a
rede, o Brasil nos jogos sem Ronaldo é bem mais goleador. A média sem a estrela bate nos 2,5 gols
por jogo. Com ele, não passa de
1,6, uma queda de quase 35%.
Parreira estava exultante com o
desempenho da equipe. "Esse é o
futebol brasileiro. Anulamos a
equipe deles e criamos muito",
afirmou o treinador. Se marcar
um rival tão frágil não foi nem um
pouco complicado, a produção
ofensiva realmente impressionou
quem viu o confronto.
Segundo o Datafolha, o Brasil finalizou nada menos do que 37 vezes, recorde disparado desde que
o treinador novamente assumiu a
equipe, há dois anos.
Belos gols
O placar só não foi maior pelos
erros nas finalizações, mas o time
produziu belas jogadas e gols.
"Foi um dos gols mais bonitos
que fiz pela seleção", disse Ronaldinho sobre o quarto da goleada,
quando encobriu o goleiro com
um toque na entrada da área.
"É legal quando a gente ganha e
faz lances bonitos", disse Zé Roberto, um dos seis jogadores substituídos por Parreira na partida.
Depois de Lúcio abrir o placar,
aos 20min, de cabeça, após cruzamento de Robinho, Roberto Carlos marcou o primeiro gol digno
de estar entre os mais bonitos do
time nos últimos tempos. Da entrada da área, ele chutou cruzado,
no ângulo, para balançar as redes.
Antes do final do primeiro tempo, Ricardo Oliveira também
marcou com brilho, ao dominar a
bola com categoria antes de chutar fora do alcance do goleiro rival. O atacante do Betis fez o quinto em uma jogada de oportunismo. Robinho, com a cabeça, fez o
sexto (seu primeiro na seleção
principal). Alex, de pênalti, completou a goleada pouco antes de
Hong Kong fazer o de honra, em
lance que fez o esvaziado estádio
vibrar com se fosse um título.
"O jogo valeu bastante. Fiz observações e ainda nos preparamos
para enfrentar Peru e Uruguai",
disse Parreira, aludindo aos próximos jogos da seleção, no final de
março. Os confrontos valem pelas
eliminatórias, em que o Brasil
ocupa o segundo lugar, atrás da
Argentina. E, com Ronaldo de
volta, o time terá que provar que
com ele em campo fazer gols pode
ser uma missão para todos.
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