São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005

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Na primeira partida do ano, seis jogadores marcam nos 7 a 1 sobre Hong Kong, maior goleada da seleção na nova gestão do treinador, e reeditam característica da equipe quando sua maior estrela não está no gramado

Sem Ronaldo, "Brasil total" bate recorde com Parreira

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A HONG KONG

Foi, é verdade, contra um rival para lá de inexpressivo. Mas a goleada do Brasil sobre Hong Kong ontem, por 7 a 1, confirmou que o time fica bem mais "democrático" na sua artilharia quando atua sem seu principal astro.
Seis jogadores diferentes marcaram na estréia da seleção em 2005, que produziu a maior goleada da nova era Carlos Alberto Parreira. Eles engrossam a lista de goleadores da equipe quando Ronaldo não está em campo.
Mesmo sendo raros na atual gestão do treinador, os minutos sem Ronaldo produziram 14 jogadores artilheiros, sendo que nada menos do que três são zagueiros. Já quando o astro do Real Madrid esteve no gramado concentrando boa parte das ações ofensivas, somente sete atletas marcaram (laterais, meias e atacantes).
Com mais gente balançando a rede, o Brasil nos jogos sem Ronaldo é bem mais goleador. A média sem a estrela bate nos 2,5 gols por jogo. Com ele, não passa de 1,6, uma queda de quase 35%.
Parreira estava exultante com o desempenho da equipe. "Esse é o futebol brasileiro. Anulamos a equipe deles e criamos muito", afirmou o treinador. Se marcar um rival tão frágil não foi nem um pouco complicado, a produção ofensiva realmente impressionou quem viu o confronto.
Segundo o Datafolha, o Brasil finalizou nada menos do que 37 vezes, recorde disparado desde que o treinador novamente assumiu a equipe, há dois anos.

Belos gols
O placar só não foi maior pelos erros nas finalizações, mas o time produziu belas jogadas e gols. "Foi um dos gols mais bonitos que fiz pela seleção", disse Ronaldinho sobre o quarto da goleada, quando encobriu o goleiro com um toque na entrada da área.
"É legal quando a gente ganha e faz lances bonitos", disse Zé Roberto, um dos seis jogadores substituídos por Parreira na partida. Depois de Lúcio abrir o placar, aos 20min, de cabeça, após cruzamento de Robinho, Roberto Carlos marcou o primeiro gol digno de estar entre os mais bonitos do time nos últimos tempos. Da entrada da área, ele chutou cruzado, no ângulo, para balançar as redes.
Antes do final do primeiro tempo, Ricardo Oliveira também marcou com brilho, ao dominar a bola com categoria antes de chutar fora do alcance do goleiro rival. O atacante do Betis fez o quinto em uma jogada de oportunismo. Robinho, com a cabeça, fez o sexto (seu primeiro na seleção principal). Alex, de pênalti, completou a goleada pouco antes de Hong Kong fazer o de honra, em lance que fez o esvaziado estádio vibrar com se fosse um título.
"O jogo valeu bastante. Fiz observações e ainda nos preparamos para enfrentar Peru e Uruguai", disse Parreira, aludindo aos próximos jogos da seleção, no final de março. Os confrontos valem pelas eliminatórias, em que o Brasil ocupa o segundo lugar, atrás da Argentina. E, com Ronaldo de volta, o time terá que provar que com ele em campo fazer gols pode ser uma missão para todos.

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