DA REPORTAGEM LOCAL

A CBVM (Confederação Brasileira de Vela e Motor) é a entidade olímpica do país que enfrenta maior dificuldade devido às multas recebidas da Receita Federal.
Esporte que mais trouxe medalhas olímpicas ao Brasil -foram 14 pódios, sendo seis ouros-, a vela terá preparação modesta para os Jogos de Pequim, em agosto, se comparada às iniciativas ocorridas antes de Atenas-04.
Na última Olimpíada, os velejadores brasileiros usaram como trunfo uma base no lago de Como, na Itália, para disputar regatas importantes na Europa e manter seus barcos próximos à Grécia para a disputa dos Jogos.
A iniciativa deu resultado, e o país amealhou dois ouros, nas classes star (Torben Grael e Marcelo Ferreira) e laser (Robert Scheidt).
Diante do sucesso, a idéia dos dirigentes, há três anos, era reprisar a iniciativa, na China, visando os Jogos.
"Isso se tornou inviável diante da quantidade de problemas que enfrentamos. Nossa função é criar condições para os atletas fazerem a melhor preparação possível. Mas não temos expectativa de medalhas", declara Carlos Luiz Martins, presidente da confederação.
"Além do mais, nosso orçamento é ínfimo perto do que dispõem países da Europa."
Não bastasse a falta de recursos, a CBVM ainda corre risco de ver suas multas do fisco irem parar na Justiça comum, caso sejam confirmadas na esfera administrativa da Receita Federal.
"Nesse caso, os dirigentes responderiam por crime de sonegação fiscal, com pena de dois a cinco anos de prisão", explica Paulo Morais, advogado da confederação. "Parece até perseguição, porque todas as multas foram feitas pelo mesmo fiscal."
Para evitar uma possível punição penal, Lars Grael deixou a presidência da entidade pouco depois de assumir, no início de 2007.
O Comitê Olímpico Brasileiro, então, nomeou Martins como interventor. A filigrana jurídico impede que os cartolas respondam na esfera criminal. Mas, enquanto o problema não for resolvido, a entidade não poderá eleger uma nova diretoria. (ALF)


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