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Clubes mantêm R$ 1 milhão na gaveta
Verba foi disponibilizada pelo governo federal, mas jamais usada por entidade
Segundo a Confederação Brasileira de Clubes, partilha com 13.826 associados não foi feita porque "sobraria apenas R$ 50" para cada um
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Clubes formadores de atletas
olímpicos se encontrarão com
o ministro do Esporte, Orlando
Silva Jr., nesta quinta. Reivindicam quinhão da verba da Lei
Piva, das loterias, hoje exclusivamente direcionada ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro.
Porém, em 2008, um valor
superior a R$ 1 milhão foi posto
pelo governo federal à disposição da Confederação Brasileira
de Clubes -trata-se de 1% da
arrecadação da loteria Timemania. Mas esse dinheiro ficou
parado, não foi utilizado em
ações para fomentar esporte.
A lei que dispõe sobre a Timemania estabelece que 3% do
que for arrecadado será dirigido ao Ministério do Esporte, e
que um terço desse valor será
dirigido às ações dos clubes sociais, de acordo com projetos.
Em 2008 (concursos 1 ao 44),
segundo a assessoria da Caixa
Econômica Federal, foram repassados à pasta R$ 3,51 milhões. ""Ficou R$ 1,17 milhão à
disposição para ser usado em
projetos da Confederação Brasileira de Clubes no período."
A CBC alega que esse dinheiro não foi dividido entre todos
os seus 13.826 associados pois o
valor final seria insignificante.
""O processo para a distribuição desse dinheiro representaria um custo muito alto. E cada
clube terminaria com o quê, R$
50? O que daria para fazer com
isso?", afirmou Arialdo Boscolo, presidente da CBC, que calcula que foram repassados no
ano passado à sua entidade
aproximadamente R$ 800 mil.
O ministério diz que foram
repassados até hoje R$ 910 mil.
No lugar de distribuir a verba, a CBC optou por promover
eventos, o que acabaria por
""beneficiar a todos os filiados".
""Decidimos usar a verba para
fazer entre dois a três eventos
por ano que beneficiem os clubes. Por exemplo, formação de
técnicos e gestores", disse.
Apesar de o repasse do dinheiro da Timemania à CBC
ter começado em agosto de
2008, nenhuma dessas atividades saiu do papel até agora.
A primeira delas está prevista para o mês de maio. No entanto não tem local definido.
Uma das justificativas apontadas para a não-utilização da
verba para o fomento foi a baixa
arrecadação, que ficou aquém
até da projeção da CEF. A estatal acreditava que a nova loteria
iria arrecadar valor próximo a
R$ 500 milhões em 2008. No
total, foram R$ 117,7 milhões.
""Acreditávamos que seria
um valor dez vezes maior, então acabamos com só 10% do
número com o qual trabalhávamos. Isso afetou o planejamento", explicou Boscolo. ""Fora isso, como essa era uma novidade, investimos um bom tempo
com consultorias jurídicas."
O integrantes do Conselho
de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos defendem que,
caso passem a receber um quinhão da verba da Lei Piva, ele
seja encaminhado à confederação, e desta para os clubes.
""O dinheiro da Lei Piva pode
passar pela gente, porém serão
os clubes que definirão, via projetos, como esse dinheiro será
utilizado", finalizou Boscolo.
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