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FUTEBOL
Técnico do Palmeiras diz que pediu 12 reforços e que, agora, "não está nem aí" para a situação do clube
Scolari ataca diretoria e "lava as mãos"
da Reportagem Local
Descontente há algum tempo
com a atual situação do Palmeiras, o técnico Luiz Felipe Scolari
resolveu atacar a diretoria do clube, "lavando as mãos" em caso de
fracasso no Paulista, na Libertadores e na Copa do Brasil.
Após o empate em 1 a 1, dentro
de casa, com o Guarani, o técnico
mostrou irritação quando questionado sobre as possibilidades de
seu time no primeiro semestre.
"Com o elenco que tenho não
dá para disputar três competições. Pedi 12 jogadores à diretoria,
e até agora nada. Já cansei de reclamar. Agora, estou cagando e
andando se vão investir ou não.
Não estou nem aí. Vou fazer o
meu feijão com arroz. O que exijo
é que paguem o salário no fim do
mês", declarou Scolari, após a estréia do time no Paulista-2000.
O discurso do treinador mudou
radicalmente em uma semana.
Após a conquista do Rio-São Paulo, o treinador havia afirmado que
a opção de "reciclagem" do time
-que perdeu dez jogadores campeões da Libertadores-99- havia
sido correta.
Anteontem à noite, Scolari mostrou um misto de resignação e irritação com sua equipe. "Tenho
apenas 19 jogadores, isso se não
perder os que vão disputar as eliminatórias. Com esse número de
jogadores, não posso fazer variação tática. Vou fazer o melhor que
puder, pois sou pago para isso."
O Palmeiras deve perder cinco
jogadores nos dias que antecederem as rodadas das eliminatórias
sul-americanas. Marcos, Roque
Júnior e Alex são presença quase
certa na lista de convocados de
Wanderley Luxemburgo. Asprilla
e Arce também devem defender
seus países, Colômbia e Paraguai,
respectivamente.
Questionado sobre quais nomes
integrariam sua lista, Scolari voltou a se irritar. "O Cruzeiro foi até
a Itália e trouxe o Fábio Júnior,
que é extraordinário, por US$ 1,1
milhão. Isso é caro? O quanto vão
investir não é problema meu."
Outro integrante da lista é o atacante Marcelo Ramos, que está
negociando com o São Paulo. "Eu
quero um 9 (centroavante). Essa
era outro opção."
A diretoria do clube afirmou
que o ciclo de contratações não
está encerrado. Até agora, a Parmalat, co-gestora do clube, investiu pouco. Trouxe apenas os zagueiros Argel e Índio, o volante
Fernando e o atacante Basílio.
"Não vamos fazer loucuras. Se
aparecer um bom negócio, vamos
contratar. Se não, não", declarou
Sebastião Lapola, diretor de futebol do clube.
A insatisfação de Scolari faz aumentar as chances de o treinador
sair do clube antes do fim de seu
contrato, que expira em dezembro deste ano.
O treinador já manifestou o interesse em deixar o clube no segundo semestre para trabalhar no
futebol europeu. Scolari, porém,
diz que não pretende deixar imediatamente o clube que dirige há
quase três anos.
"Se fosse para sair agora, teria
ido embora em janeiro. Não vou
abandonar a equipe agora. Fiz um
acerto de reformulação com a diretoria e vou cumprir minha palavra. Quem perde com essa situação não sou eu, é o Palmeiras",
afirmou Scolari.
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