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FUTSAL
Segundo confederação da modalidade, Espanha e Itália são os maiores importadores de jogadores do país em 2001
Europa é o principal destino de brasileiros
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A Europa é o principal pólo importador do futsal brasileiro. Pela
primeira vez, a CBFS (Confederação Brasileira de Futsal) divulgou
o número de transferências de jogadores para o exterior. Um total
de 86 atletas do país migraram para o exterior no ano passado. Desses, quase a totalidade (85) foram
jogar nas ligas européias.
"Temos jogadores em todos os
lugares do mundo. Já mandei
atletas até para Cingapura e Tailândia. Mas a Europa continua
sendo o principal destino dos brasileiros", afirmou Carlos Bittencourt, vice-presidente do Departamento Técnico da CBFS.
"O mercado europeu está se
abrindo cada vez mais. Outros
países do continente, como Grécia, Irlanda e França, já manifestaram interesse pelos nossos jogadores", completou o dirigente.
Os números da entidade não
mostram a totalidade dos atletas
que migraram para o exterior. Estão computados apenas os que
passaram pelos registros da
CBFS. As fraudes, no entanto,
tendem a diminuir.
"Hoje há uma fiscalização
maior da Fifa [entidade que dirige
o futsal no mundo". Um atleta
sem o registro de transferência de
sua confederação de origem não
pode jogar", disse Bittencourt.
A Espanha, que conta com a
principal liga do mundo, é o país
que mais levou brasileiros. Dos
atletas que migraram para o exterior em 2001, 52,3% foram atuar
no país. Hoje, 42 brasileiros disputam a divisão de honra espanhola -14 deles se naturalizaram
e jogam com passaporte europeu.
Se antes não havia brasileiros de
primeiro nível participando da liga espanhola, agora a situação começa a ser alterada. Três jogadores que defenderam a seleção brasileira no Mundial da Guatemala-2000 estão jogando o Espanhol: o
fixo Schumacher, o ala Anderson
e o pivô Vander Carioca.
A Itália é o segundo maior destino dos brasileiros na Europa. Alguns times, como o Augusta, exageram na importação. A equipe,
vice-campeã da Copa da Itália em
2001, conta com um elenco de 13
jogadores -dez são brasileiros.
"A liga italiana só admite um estrangeiro por equipe. Assim, a
maioria dos brasileiros que vem
atuar aqui se naturaliza. Eu não tive problemas porque meu avô é
italiano", contou o pivô Adriano,
20, do Augusta, que já defendeu a
seleção da Itália no Torneio de
Cingapura, no ano passado.
Outras ligas vêm se firmando
como emergentes na Europa. Aos
poucos, Rússia, Bélgica e Portugal
estão se tornando atrativas aos
brasileiros. A Rússia já levou o pivô Chôco, que defendeu a seleção
brasileira entre 1995 e 2000 -foi
considerado o segundo melhor
jogador do Mundial da Espanha,
em 1996, vencido pelo Brasil.
Mas o maior passo para a consolidação da liga local pode vir em
breve. Os russos tentam a contratação, desde o ano passado, do ala
Manoel Tobias, eleito há duas semanas pelo site Futsalplanet o
melhor jogador do mundo.
Se o mercado de trabalho se desenvolve na Europa, na América
ele ainda é incipiente. Em 2001,
somente um jogador do país se
transferiu para uma nação do
continente, os EUA.
Mas isso deve mudar com a
criação da Taça Libertadores (ver
texto nesta página), que terá sua
primeira edição neste ano.
"Já há um interesse muito grande de vários países da América do
Sul em contar com os nossos jogadores em seus campeonatos locais. O Paraguai vai criar uma liga
e quer colocar dois brasileiros nas
vagas de estrangeiro de cada equipe", contou Bittencourt.
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