São Paulo, quinta-feira, 10 de março de 2005

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Corinthians de Passarella toma até gol de bicicleta

Na estréia do treinador argentino, time amarga falha de Fábio Costa, expulsão de Anderson e gritos de "olé" da torcida do Cianorte em derrota pela Copa do Brasil

EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A MARINGÁ

Daniel Passarella, arquétipo da tradição argentina de zagueiros, deu especial atenção à defesa antes da estréia como técnico do Corinthians. Mesmo assim, o eterno "capitán" foi humilhado pelo Cianorte, com um gol de bicicleta que selou o 3 a 0 em Maringá.
Mal saiu de uma crise com Tite, o time milionário da MSI agora terá que vencer por quatro gols de diferença, desde que o Cianorte não faça nenhum, para assegurar sua classificação no jogo de volta da segunda fase da Copa do Brasil, em 6 de abril, no Pacaembu.
O clima no estádio Willie Davis era de empolgação, dada a maioria corintiana entre os 21.544 torcedores presentes, mas logo aos 9min o Cianorte aproveitou uma falha de Fábio Costa e arrancou.
Depois de escanteio da esquerda, o goleiro deixou a bola escapar, e Edson Santos cabeceou na pequena área. Cianorte 1 a 0.
Passarella já estava estático no banco de reservas quando, um minuto depois, Daniel chutou de longe, a bola desviou no pé do atacante Márcio e pegou Fábio Costa no contrapé, morrendo nas redes. Era o segundo do time do Paraná.
O Corinthians tentou a reação em cobrança de falta do meia Roger, que o goleiro Adir rebateu para a frente. Gil pegou a sobra, mas o goleiro voltou a defender.
A equipe do Parque São Jorge sofria com os erros de pontaria. Impunha uma pressão, mas não chegava ao gol, com tiros de Carlos Alberto e Tevez indo fora das traves de Adir. Já o rival recuava até cinco atletas para sua área.
Pontaria e sorte, porém, não faltaram ao Cianorte. Aos 36min, o atacante Márcio dominou de costas para o gol corintiano e deu uma bicicleta que foi parar no ângulo direito de Fábio Costa.
Passarella reagia pouco. No primeiro tempo, levantou-se duas vezes: aos 20min, para orientar Wendel, e aos 32min, para falar com Tevez, que se irritava com o juiz. No intervalo, o técnico fez mudanças. Tirou Roger, machucado, e pôs outro estreante, Gustavo Nery, no meio. Bobô também entrou na vaga de Wendel.
As mudanças surtiram pouco efeito. O Corinthians finalizava menos ainda, ainda que a defesa do Cianorte parecesse um tanto assustada, distribuindo chutões para tirar a bola da defesa.
Aos 26min, o Corinthians ficou com dez. O zagueiro Anderson, que não tinha amarelo, deu um carrinho para tirar a bola de Valdiran, e o juiz Elvécio Zequetto lhe mostrou o cartão vermelho. "A expulsão foi injusta e prejudicou o Corinthians", disse o atleta.
Mas o time, minutos depois, teve grande chance com Gil, que entrou na área com velocidade e chutou para bela defesa de Adir. Depois disso, o Cianorte, que foi fundado há três anos, esboçou uma troca de passes, e a torcida da casa começou a gritar "olé" e "timinho", irritando os jogadores corintianos.
Passarella se levantava mais, passava orientações ao pé do ouvido dos atletas, mas nada dava certo. Aos 39min, Tevez tocou dentro da área para Gil, que chutou, e Adir defendeu na primeira. O próprio Gil chutou no rebote, a bola bateu na mão de Daniel, subiu e tocou o travessão.
Mas foi o Cianorte que quase marcou novamente, quando Daniel penetrou na área e cruzou rasteiro. A bola passou por toda a extensão do gol de Fábio Costa.
Após três minutos de acréscimo, Zequetto apitou o fim de jogo, e a comemoração do time azul tomou o Willie Davis.


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