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AUTOMOBILISMO
FIA decide amanhã se Fisichella foi o vencedor do GP Brasil
Erro no cronômetro pode tirar vitória de Raikkonen
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O GP Brasil continua sem fim.
Três dias após a corrida de Interlagos, a FIA anunciou ontem ter
evidências de um problema de
cronometragem na última volta.
A correção dessa falha inverteria a ordem dos dois primeiros
colocados. Giancarlo Fisichella
seria declarado vencedor, com Kimi Raikkonen em segundo lugar.
"Os comissários da prova vão se
reunir em Paris, na sexta-feira,
para rever o resultado final", afirma o comunicado oficial da entidade máxima do automobilismo.
Dirigentes envolvidos na corrida e entrevistados pela Folha não
chegam a um consenso. Uma estimativa do que ocorreu sugere que
a decisão será apertada, provavelmente por milésimos de segundo.
Todo o problema está no intervalo entre o violento acidente de
Fernando Alonso, no fim da 55ª
volta, e a ordem da direção da
prova para interromper a disputa.
No domingo, a FIA considerou
que a bandeira vermelha foi acionada quando Fisichella ainda estava na 55ª volta. Assim, seguindo
o regulamento esportivo, os comissários tomaram por base a
classificação de duas voltas antes.
Na 53ª, o líder era Raikkonen,
da McLaren, com 0s831 de vantagem sobre o Jordan de Fisichella.
Foi por isso que o finlandês subiu
ao pódio na primeira colocação.
O que a FIA questiona agora é se
Fisichella já não estava na 56ª volta quando a prova foi interrompida. Nesse caso, valeria o resultado
do 54º giro, que o italiano completou logo à frente do finlandês.
Um dos três comissários de prova, o brasileiro Élcio de São Tiago,
da CBA (Confederação Brasileira
de Automobilismo), não estará
em Paris amanhã. Ontem mesmo
ele enviou seu relatório à FIA.
"Fomos informados pela cronometragem que era a volta 55.
Perguntamos qual era volta no
momento da interrupção e nos
informaram que era a 55. Por isso,
acho que não deu para o Fisichella
abrir outra volta", declarou. "Só
se a cronometragem fez caca."
Segundo São Tiago, apesar do
relatório dos comissários, o que
vai determinar o resultado da corrida serão os dados da Tag-Heuer,
empresa suíça que há 12 anos faz a
cronometragem oficial da F-1.
"Eles têm tudo no computador.
E aí só há dois caminhos. Ou provam que o Fisichella não havia
aberto a 56ª volta ou admitem que
cometeram um erro", completou.
Na F-1, os comissários são os
responsáveis por verificar o cumprimento das vistorias técnicas e
oficializar os resultados dos treinos e das corridas. Os outros dois
que trabalharam em Interlagos,
um suíço e um venezuelano, devem comparecer à sede da FIA.
Dois homens foram responsáveis por ordenar a interrupção da
prova. Um deles é o inglês Charlie
Whitting, inspetor de segurança
da FIA. O outro é Carlos Roberto
Montagner, diretor do GP Brasil.
"Pelo tempo que passou até a
bandeira vermelha, acho que o Fisichella e o Raikkonen abriram a
volta 56. Eles deveriam estar descendo o S quando a prova foi interrompida", disse Montagner.
A cronometragem manual, com
as imagens de TV, justifica a divergência entre os dirigentes e
mostra como a decisão será apertada. Entre a passagem de Fisichella pela entrada dos boxes -ponto do acidente- e o choque de
Alonso passaram-se 8s5. Na corrida, os pilotos cumpriam esse
trecho em 7s. Ou seja, daria para o
italiano ter completado a volta.
Mas há um detalhe: Fisichella
freou para escapar dos destroços
do Jaguar de Mark Webber, causa
da batida de Alonso. O tempo
perdido na freada decidirá o GP.
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