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Clube de Jundiaí ofereceu há dois anos o controle de seu time ao adversário de amanhã na final
Paulista já tentou um dia ser filial do São Caetano
DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS
MARCUS VINICIUS MARINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Adversário do São Caetano no
primeiro jogo da decisão do Estadual, amanhã, às 16h, o Paulista já
tentou um dia entregar o controle
de seu time ao clube do ABC.
A proposta tomou forma há
menos de dois anos, em maio de
2002. Prestes a ficar órfão da multinacional italiana Parmalat, a diretoria do Paulista de Jundiaí contratou o professor João Paulo Medina, especialista em administração esportiva, para elaborar um
projeto audacioso.
O objetivo da empreitada era
atrair investidores para comandar o futebol jundiaiense.
Após a rescisão do contrato
com a Parmalat, os dirigentes do
Paulista apresentaram uma proposta de parceria justamente para
o rival de amanhã, o São Caetano.
A intenção dos cartolas de Jundiaí era de entregar todo o departamento de futebol do clube para
o grupo de empresários que hoje
controla o São Caetano.
O motivo era um só. Com a saída da Parmalat, o Paulista perderia um orçamento mensal de quase R$ 1 milhão. Hoje, para manter
a equipe que tenta o título estadual inédito, o clube desembolsa
cerca de R$ 180 mil por mês.
Além dos bons resultados obtidos dentro de campo pelo time do
ABC até aquele momento (duas
decisões de Brasileiro e uma da
Libertadores), os jundiaienses
apostavam em outro trunfo para
conseguir concretizar a fusão.
A rede de lojas Casas Bahia
-ex-parceira do São Caetano e
apontada como intermediária do
atual patrocínio do clube, com a
Consul, informação negada pelas
partes-, tem o maior centro de
distribuição da empresa no país
instalado em Jundiaí, às margens
da rodovia Anhangüera.
A intenção era de convencer
Saul Klein, filho do dono das Casas Bahia, Samuel Klein, e tido como um dos responsáveis pela parceria Consul-São Caetano, a aceitar a idéia e efetivar a parceria.
A proposta dos cartolas do Paulista foi apresentada ao atual vice-presidente do São Caetano, Luiz
de Paula. Mas o plano gorou.
"Nunca recebemos uma resposta do São Caetano. Para o Paulista
e para a cidade de Jundiaí, teria sido ótimo ter uma parceria como
essa. Infelizmente isso não aconteceu", disse o presidente do Paulista, Eduardo Palhares.
O vice do São Caetano disse ontem que, em um jogo-treino entre
as duas equipes, a diretoria do
Paulista chegou a comentar sobre
a proposta de parceria, mas nunca houve uma negociação formal
sobre a possível fusão.
Operação Holanda
Desde então, a diretoria do Paulista tem levado a proposta elaborada por João Paulo Medina para
diversas empresas.
"Nós estamos no Paulista por
uma necessidade. Quando conseguirmos fechar uma parceria, nada impedirá que esse investidor
passe a controlar o clube. Afinal,
quem investe tem o direito de
mandar", afirmou Palhares.
No final do ano passado, a diretoria do Paulista resolveu buscar
outro parceiro fora do país. O
projeto foi apresentado aos dirigentes do PSV Eindhoven, da Holanda. Em fevereiro, um representante do clube holandês passou
dez dias em Jundiaí para analisar
a atual situação do clube.
"Até o final deste mês teremos
uma resposta. Acho que temos
90% de chance de fechar essa parceria", declarou Palhares.
Além de administrar o futebol
do clube, os holandeses também
ficariam responsáveis por construir em Jundiaí um centro de excelência para a formação de novos atletas, em uma área nobre da
cidade, ao lado de um centro de
lazer que será inaugurado até o
fim deste mês pela prefeitura.
A diretoria do Paulista incluiu
na proposta uma única exigência:
o nome do time não poderá mais
ser alterado. Desde sua fundação,
em 1909, o clube de Jundiaí já mudou de nome seis vezes, devido às
parcerias firmadas com empresas
brasileiras e estrangeiras.
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