São Paulo, domingo, 10 de abril de 2005

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GINÁSTICA

Atleta conquista a primeira das 3 medalhas do país em São Paulo, supera rival russa e prepara nova série de solo

Laís ganha prata e se torna a nº 1 da Copa

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Laís Souza (esq.) cumprimenta sua algoz, Oksana Chusovitina


CRISTIANO CIPRIANO POMBO
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A paulista Laís Souza, 16, conquistou ontem pela manhã a primeira medalha do país em São Paulo. De quebra, tornou-se a número um da ginástica artística na Copa do Mundo 2005/2006.
Atleta nacional mais jovem na Copa, Laís foi a terceira a se apresentar no salto. E, apesar de não repetir a performance da fase de classificação, quando liderou com 9,275, faturou a prata com 9,150.
Ela ditou a prova até a apresentação da uzbeque Oksana Chusovitina, 29, que compete para ajudar a pagar o tratamento do filho -ele tem leucemia- e conquistou o ouro com nota 9,200.
Mesmo assim, Laís, que diz que seu maior desafio é manter o peso, lidera o ranking do atual ciclo da Copa com quatro medalhas -só Tania Gener (ESP), que ontem ganhou duas, tem o mesmo número de pódios, mas é a 14ª colocada por não ter nenhum ouro.
"Acho que foi uma grande conquista, já que tem tantas meninas que já foram à Olimpíada na disputa. A medalha, mesmo sendo de prata, tem as cores do país", afirma Laís, que começou na ginástica aos quatro anos e até então só havia subido ao pódio em etapas na Alemanha, onde obteve um ouro, uma prata e um bronze.
Ela deixou para trás a russa Anna Pavlova, que não veio a São Paulo e liderava a Copa até então. E por pouco não subiu ao pódio ao lado de Daiane dos Santos, que ficou em quarto lugar. "Essa liderança é fruto do treino e do esforço. Ainda sou jovem e espero muito mais", diz a atleta paulista.
Apesar de ser considerada pelo técnico Oleg Ostapenko a maior promessa para Pequim-08, Laís diz que ainda não se vê no nível de Daiane e Daniele Hypólito. "Espero estar entre elas, mas será difícil igualar os feitos e se manter no alto nível por tanto tempo."
O torneio ainda marcou o encontro com sua família, que vive em Ribeirão Preto e não a via desde janeiro, quando a atleta iniciou os treinos deste ano em Curitiba.
"Até que enfim pude dar em abraço nela. Sempre soube que um dia iria vê-la brilhar", disse a mãe, Odete Vieira da Silva Souza.
Laís viu ontem ainda Camila Comin conquistar sua terceira medalha em Copas, ao levar o bronze nas paralelas assimétricas -no ano passado, na etapa do Rio, ela havia conquistado prata na trave e bronze no solo.
"Cometi uns errinhos de execução. Mas foi uma disputa bem difícil e estou satisfeita", disse Camila, que ocupa a 21ª posição na Copa 2005/2006, que faz no ginásio do Ibirapuera sua quarta etapa.
Hoje, nas finais que começam a partir das 9h30, Laís e Camila voltam a atuar. Camila disputa a trave, ao lado de Ana Paula Rodrigues, e Laís, o solo, com Daiane.
Será a última apresentação de Laís com a atual série de solo. Fã de Destiny's Child e do rapper 50 Cent, ela irá estrear outra coreografia, ao som de frevo, em maio, no Brasileiro. "Gosto de Carnaval, mas não sei dançar frevo."
Apesar dos dois pódios e do bronze que Mosiah Rodrigues obteve no cavalo com alças, o Brasil precisa hoje de cinco medalhas -tem chance de obter sete em quatro finais- para igualar sua atuação na Copa do Rio, em 2004.
Além de voltar a registrar muitos erros, o evento destacou ontem os chineses, que venceram três provas (cavalo com alças, argolas e paralelas assimétricas).


NA TV - Copa do Mundo, Sportv, ao vivo, às 9h30

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