São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2008

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Palmeiras apela à lei da mordaça por semifinal

Seguranças cumprem marcação cerrada sobre os atletas para evitar entrevistas

Valdivia, Kléber e Denilson são os principais alvos da medida, que visa impedir declarações polêmicas que possam municiar os rivais


TONI ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A ATIBAIA

O primeiro jogo da semifinal contra o São Paulo acontece só no domingo. Mas, para o Palmeiras, a marcação cerrada em cima de seus jogadores no hotel em que o clube alviverde está concentrado já começou.
Ninguém admite abertamente de onde vem a determinação, mas a estratégia parte da comissão técnica e do treinador Vanderlei Luxemburgo, que lutam para evitar qualquer tipo de declaração polêmica de seus comandados antes do clássico no estádio do Morumbi.
Nesse ambiente, o Palmeiras vai trabalhar em Atibaia até a véspera da partida, quando retornará a São Paulo.
O principal alvo da medida policialesca é o chileno Valdivia, que não vai dar entrevistas. Nos 4 a 1 sobre o São Paulo na fase de classificação, o chileno levou uma joelhada de Jorge Wagner, que custou ao são-paulino uma partida -já cumprida- de suspensão.
O atacante Kléber, suspenso por três jogos pela cotovelada dada em André Dias no clássico de Ribeirão Preto, também foi blindado, embora a assessoria do clube admita que possa liberá-lo para conversar com a imprensa até domingo. O atacante Denílson, revelado pelo rival, é outro que não deve falar.
Ontem, no primeiro dia de treinos em Atibaia, os jogadores foram submetidos a uma vigilância severa dos seguranças.
À exceção de Gustavo e Léo Lima, que foram escalados para coletiva com a imprensa, nenhum outro atleta tinha autorização para conversar com os jornalistas. Um dos seguranças teve de correr para impedir a abordagem da Folha ao atacante Alex Mineiro quando este, sozinho, deixou o campo e subiu para o hotel.
O rigor sobre o cerco aos jogadores foi justificado pelos funcionários do clube pelo fato de o time estar às vésperas de uma partida importante. Mas a Folha apurou que o clima de tensão é bem maior do que o normal em razão da ordem de preservar os atletas.
Para o zagueiro Gustavo, os jogadores precisam tirar o lado bom desse isolamento. "Deixo as polêmicas para outras pessoas. Não gosto de provocar ninguém porque uma palavra ou uma frase mal colocada pode ser uma arma para o adversário. A gente tem que respeitar quem está do outro lado", afirmou o jogador.
Para o meia Léo Lima, o melhor a fazer agora é focar o trabalho interno. "Quem joga há bastante tempo sabe o que falar. O importante é não criar mais animosidades para a partida contra o São Paulo."
Sobre o atacante Adriano, principal jogador a ser marcado, Gustavo disse estar preparado. "Ele é um jogador muito forte e habilidoso. Temos de antecipar e não deixar a bola chegar a ele", disse o zagueiro.


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