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Palmeiras apela à lei da mordaça por semifinal
Seguranças cumprem marcação cerrada sobre os atletas para evitar entrevistas
Valdivia, Kléber e Denilson
são os principais alvos da
medida, que visa impedir
declarações polêmicas que
possam municiar os rivais
TONI ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A ATIBAIA
O primeiro jogo da semifinal
contra o São Paulo acontece só
no domingo. Mas, para o Palmeiras, a marcação cerrada em
cima de seus jogadores no hotel
em que o clube alviverde está
concentrado já começou.
Ninguém admite abertamente de onde vem a determinação,
mas a estratégia parte da comissão técnica e do treinador
Vanderlei Luxemburgo, que lutam para evitar qualquer tipo
de declaração polêmica de seus
comandados antes do clássico
no estádio do Morumbi.
Nesse ambiente, o Palmeiras
vai trabalhar em Atibaia até a
véspera da partida, quando retornará a São Paulo.
O principal alvo da medida
policialesca é o chileno Valdivia, que não vai dar entrevistas.
Nos 4 a 1 sobre o São Paulo na
fase de classificação, o chileno
levou uma joelhada de Jorge
Wagner, que custou ao são-paulino uma partida -já cumprida- de suspensão.
O atacante Kléber, suspenso
por três jogos pela cotovelada
dada em André Dias no clássico
de Ribeirão Preto, também foi
blindado, embora a assessoria
do clube admita que possa liberá-lo para conversar com a imprensa até domingo. O atacante
Denílson, revelado pelo rival, é
outro que não deve falar.
Ontem, no primeiro dia de
treinos em Atibaia, os jogadores foram submetidos a uma vigilância severa dos seguranças.
À exceção de Gustavo e Léo
Lima, que foram escalados para
coletiva com a imprensa, nenhum outro atleta tinha autorização para conversar com os
jornalistas. Um dos seguranças
teve de correr para impedir a
abordagem da Folha ao atacante Alex Mineiro quando este, sozinho, deixou o campo e
subiu para o hotel.
O rigor sobre o cerco aos jogadores foi justificado pelos
funcionários do clube pelo fato
de o time estar às vésperas de
uma partida importante. Mas a
Folha apurou que o clima de
tensão é bem maior do que o
normal em razão da ordem de
preservar os atletas.
Para o zagueiro Gustavo, os
jogadores precisam tirar o lado
bom desse isolamento. "Deixo
as polêmicas para outras pessoas. Não gosto de provocar
ninguém porque uma palavra
ou uma frase mal colocada pode ser uma arma para o adversário. A gente tem que respeitar
quem está do outro lado", afirmou o jogador.
Para o meia Léo Lima, o melhor a fazer agora é focar o trabalho interno. "Quem joga há
bastante tempo sabe o que falar. O importante é não criar
mais animosidades para a partida contra o São Paulo."
Sobre o atacante Adriano,
principal jogador a ser marcado, Gustavo disse estar preparado. "Ele é um jogador muito
forte e habilidoso. Temos de
antecipar e não deixar a bola
chegar a ele", disse o zagueiro.
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