São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2008

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JUCA KFOURI

O fim da era Mustafá


O fato de o Palmeiras ter feito prevalecer os seus direitos tem efeitos que superam as coisas do futebol

AO CONSEGUIR marcar para o Palestra Itália o segundo jogo das semifinais contra o São Paulo, o Palmeiras não assegurou que será finalista do Campeonato Estadual.
É óbvio que, por mais que fortaleça seu favoritismo diante de um tricolor que joga hoje em Santiago do Chile e que não contará com Borges no domingo que vem, a vitória não está assegurada.
Mas talvez a direção alviverde tenha garantido mais que isso. Porque o palmeirense andava de cabeça baixa não é de hoje, e o simples fato de ter vencido o braço-de-ferro com o rival e com a federação já teve o efeito de aumentar enormemente a procura por títulos de sócio do clube na tarde de ontem.
Serviu, ainda, para convencer colunistas desconfiados, como o que você ora lê, de que a luta palmeirense não era demagogia, era uma questão de honra. E a honra de um clube não se constrói apenas com vitórias esportivas mas também com a firmeza demonstrada no episódio. A ponto de ter palmeirense histórico que vê no caso um marco que significa o fim de um período pernicioso, chamado de "era Mustafá".
Fase que teria começado quando o ex-presidente palmeirense abdicou da vaga alviverde a favor do Vasco no primeiro Mundial de Clubes da Fifa, em 1999/2000.
De lá para cá, não só o Palmeiras até na Segundona esteve como foi abalado por uma série de acontecimentos que minaram o chamado "campeão do século 20".
Pois seria esse o tempo que agora acabou e tomara que tenha acabado mesmo, independentemente de o Palmeiras vir ou não a ser campeão paulista pela 22ª vez.
O prevalecimento do óbvio direito de jogar em sua casa deve ter como fecho de ouro a coerência da gente verde caso chegue às finais, seja ao aceitar jogar em Campinas, seja ao aceitar jogar em Guaratinguetá, mesmo que no último jogo do campeonato (por mais que, aí, este escriba, com o risco de estar novamente enganado, aposte que o Guará optará pela renda maior no Morumbi).
Mas que fique claro que a vitória dessa quarta-feira teve o sabor de lavar a honra palestrina, não com sangue, felizmente, mas com a firmeza e a paixão dos ancestrais italianos -sem os quais nem São Paulo nem o Brasil seriam o que são.
A famiglia, penhorada, agradece.

Quase, Santos...
Pareceu que o Chivas golearia o Santos no começo do primeiro e do segundo tempos. Mas os dois Kléber fizeram gols providenciais, nos momentos mais agudos do predomínio mexicano. E por pouco os brasileiros não transformaram o 3 a 2 num 3 a 3 salvador.

Chama o Hugo!
No desespero, o São Paulo até reintegrou Hugo para, por exemplo, tentar, hoje, manter sua invencibilidade na Libertadores, apesar de todos os pesares. Mas o Hugo?

E o Corinthians?
Bem, o Corinthians anunciou que não jogará os clássicos de roxo. Está certíssimo. Mas que clássico mais o alvinegro jogará em 2008? Ah, sim, quem sabe, com o Palmeiras, na Copa do Brasil...

blogdojuca@uol.com.br


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