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Lusa vai à polícia por denúncia de suborno
DA REPORTAGEM LOCAL
Três dias depois de acusar o
zagueiro Jean, da Ponte Preta,
de ajudar o Santos no 3 a 2 ante
a Ponte Preta, o presidente da
Portuguesa, Manuel da Lupa,
oficializou ontem a denúncia
de suborno contra o jogador.
O dirigente apresentou um
boletim de ocorrência, registrado no 12º DP de São Paulo,
em que duas testemunhas, Silvio Filgueiras e Fernando Mendes, relatam terem tomado conhecimento de uma negociação para garantir a classificação
do Santos às semifinais.
Segundo o documento, Filgueiras e Mendes acusam Izildo Antonio Pereira Batista,
identificado como empresário
do futebol, de ter oferecido a
Marcelo, suposto procurador
de Jean, o valor de R$ 20 mil
para que o zagueiro atuasse em
favor do Santos.
No domingo, Jean fez um pênalti aos 43min do segundo
tempo, que resultou no terceiro
gol do Santos. Com o triunfo, o
alvinegro avançou para as semifinais, e a Lusa foi eliminada.
Ontem, após a denúncia oficializada, Izildo disse que apenas foi mal interpretado pelas
duas testemunhas ao ironizar a
possibilidade de o Santos precisar usar mala preta para alcançar as semifinais.
Ao saber das versão de Izildo,
Filgueiras disse em entrevista à
Radio Cultura que "para ele já
estava explicado" e que não levaria o caso adiante.
Apesar da falta de evidências
documentais que provem a negociação, o vice-presidente jurídico da Portuguesa, Giuseppe
Fagotti, espera que a denúncia
seja apurada pela Federação
Paulista de Futebol e pelo Tribunal de Justiça Desportiva.
"Nós vamos cobrar para que
o caso seja investigado. Queremos a certeza de que não fomos
para a semifinal pelo que aconteceu dentro de campo, e não
por outros motivos", afirmou.
Pivô da polêmica, Jean nega a
acusação. Ontem, o presidente
da Ponte Preta, Sérgio Carnielli, voltou a defender o beque e
ameaçou processar Da Lupa
por calúnia e danos morais.
O presidente da Lusa disse
não temer a ameaça. "Só estamos fazendo nossa parte pela
moralização do futebol. Não estou preocupado se vou ser processado", declarou.
A FPF confirmou ter recebido ontem a documentação protocolada pela Lusa. Afirmou tê-la enviado ao TJD, que tomará
"as devidas providências".
O procurador do TJD Antônio Carlos Meccia declarou que
a polêmica não ameaça o clássico entre Santos e Palmeiras,
amanhã, na Vila Belmiro, pelas
semifinais do Estadual.
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