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Tragédia em estádio da capital do país africano é a maior desde 1982
Futebol mata 120 em Gana
Torcedores são reprimidos pela polícia com gás
lacrimogêneo, e pânico provoca terceiro acidente
em um mês no continente que quer a Copa-2010
DA REDAÇÃO
Na terceira tragédia com torcedores de futebol na África em menos de um mês, pelo menos 120
pessoas morreram ontem em
Acra, capital de Gana, segundo informaram no final da noite autoridades militares do país.
Foi a maior tragédia da história
do futebol no continente e a
maior do futebol mundial desde
1982, quando 340 torcedores
morreram em Moscou, na então
União Soviética. Foi também a segunda nesta semana: no domingo, queda da cobertura da arquibancada em estádio no Irã matou
um e feriu pelo menos 200.
O tumulto começou no final da
partida -aos 40min do segundo
tempo- entre as equipes Hearts
of Oak e Kumasi Asante Kotoko.
Os times são os mais importantes
do país africano, emergente no futebol mundial, principalmente
nas categorias de base.
De acordo com relatos de rádios
privadas de Acra, as mortes foram
provocadas por um confronto
que envolveu torcedores dos dois
clubes e a polícia local.
O Kumasi Asante Kotoko estava na frente do marcador, mas
permitiu a virada. Revoltados,
seus torcedores teriam começado
a atirar assentos plásticos no gramado e contra os adversários.
A polícia teria entrado em ação
e atirado bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
No entanto, os portões do estádio estariam fechados, informação não confirmada, mesmo faltando pouco para o final do jogo.
Encurralados, os torcedores entraram em pânico e teriam sido
pisoteados e prensados contra
muros, portões e alambrados.
Alguns torcedores também teriam morrido sufocados. "Mas a
maior parte das vítimas foi pisoteada", disse o general Daniel
Twum, do hospital militar, que
recebeu a maior parte das vítimas.
Segundo a direção do hospital,
pelo menos 120 corpos haviam sido recolhidos até o final da noite.
O número foi confirmado pelas
autoridades do país, que acrescentaram que ele pode aumentar
O número de feridos não foi
precisado, mas pode chegar a centenas -haviam cerca de 70 mil
espectadores no estádio.
No final do mês passado, 51 torcedores morreram em um estádio
no Congo. Na África do Sul, forte
candidata a abrigar um Mundial,
pelo menos 43 morreram no estádio Ellis Park, em 11 de abril.
Assim, a tragédia de ontem em
Gana é mais um forte abalo nas
pretensões da África de abrigar a
Copa do Mundo de 2010, projeto
no qual o continente conta com o
apoio do presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter. Na tragédia da
África do Sul, a entidade que comanda o futebol mundial manifestou preocupação com relação
aos estádios do continente.
Os acidentes deverão ser apontados pelos países adversários da
África na disputa como razões definitivas para a realização do
Mundial-2010 na América do Sul
ou na América do Norte, já que a
Europa, no caso a Alemanha, vai
abrigar a Copa de 2006.
O governo de Gana convocou
para hoje uma reunião com ministros na qual irá discutir as causas do acidente de ontem. De
acordo com as agências internacionais, torcedores culparam a
ação da polícia pelo tumulto.
Com agências internacionais
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