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São Paulo acerta saída de José Dias
FERNANDO MELLO E
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo deve anunciar a demissão do diretor de futebol José
Dias no próximo dia 16. A Folha
apurou que a saída do dirigente ficou acertada numa reunião entre
o presidente do clube, Paulo
Amaral, e conselheiros do grupo
Tradição Tricolor.
João Roberto Seabra Malta, que
já foi secretário geral do clube, deverá ser o substituto de Dias.
O anúncio oficial só deverá ser
feito após a eleição dos novos
conselheiros vitalícios, marcada
para o dia 15.
Amaral recebe pressões de conselheiros para afastar o diretor
desde a eliminação da equipe na
primeira fase do Paulista.
"Tive uma conversa com o presidente e existe a possibilidade de
o Dias sair e eu entrar. Esse é um
cargo que desgasta muito as pessoas e o Dias sofreu esse desgaste", afirmou Malta.
Dias e Malta pertencem ao grupo Tradição Tricolor, que apoiou
a candidatura de Amaral. Segundo conselheiros do clube, em troca do apoio o grupo ganhou o direito de nomear os diretores de
futebol do São Paulo.
Além da fraca campanha no Estadual, outros episódios provocaram o desgaste de Dias.
Um deles ocorreu antes da partida contra o Ceará, pela Copa do
Brasil. A diretoria só descobriu
que a data da partida ainda não
estava marcada no dia em que o
clube viajaria para Fortaleza. Os
jogadores já tinham arrumado as
malas para embarcar.
A Folha telefonou ontem para o
celular de Dias, mas as chamadas
não foram atendidas.
A pressão para afastar o diretor
ocorreu ao mesmo tempo em que
Amaral comemora uma redução
de R$ 10,5 milhões no déficit do
clube previsto para este ano.
Inicialmente, a previsão era de
um déficit de R$ 15 milhões. Esse
valor passou a ser de R$ 4,5 milhões, segundo Amaral.
Empolgado com o resultado, ele
antecipou que será candidato à
reeleição, em maio de 2002.
A redução foi possível com medidas como a demissão de 80 funcionários, de todos os setores do
clube, corte de 35% na folha de
pagamento e extinção das equipes
de vôlei, futebol feminino e futsal.
Segundo o dirigente, essas três
modalidades geravam um gasto
anual de R$ 6 milhões.
Amaral também justifica a nova
situação financeira com algumas
receitas recebidas neste ano. Segundo ele, o clube vai receber US$
4,1 milhões referentes à cota de
transmissão pela televisão dos jogos do próximo Brasileiro.
Antecipadamente, o clube já
embolsou US$ 1,5 milhão.
Na Copa João Havelange, no
ano passado, a cota foi de R$ 5 milhões, de acordo com o dirigente
são-paulino.
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