São Paulo, quinta-feira, 10 de maio de 2001

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São Paulo acerta saída de José Dias

FERNANDO MELLO E
RICARDO PERRONE

DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo deve anunciar a demissão do diretor de futebol José Dias no próximo dia 16. A Folha apurou que a saída do dirigente ficou acertada numa reunião entre o presidente do clube, Paulo Amaral, e conselheiros do grupo Tradição Tricolor.
João Roberto Seabra Malta, que já foi secretário geral do clube, deverá ser o substituto de Dias.
O anúncio oficial só deverá ser feito após a eleição dos novos conselheiros vitalícios, marcada para o dia 15.
Amaral recebe pressões de conselheiros para afastar o diretor desde a eliminação da equipe na primeira fase do Paulista.
"Tive uma conversa com o presidente e existe a possibilidade de o Dias sair e eu entrar. Esse é um cargo que desgasta muito as pessoas e o Dias sofreu esse desgaste", afirmou Malta.
Dias e Malta pertencem ao grupo Tradição Tricolor, que apoiou a candidatura de Amaral. Segundo conselheiros do clube, em troca do apoio o grupo ganhou o direito de nomear os diretores de futebol do São Paulo.
Além da fraca campanha no Estadual, outros episódios provocaram o desgaste de Dias.
Um deles ocorreu antes da partida contra o Ceará, pela Copa do Brasil. A diretoria só descobriu que a data da partida ainda não estava marcada no dia em que o clube viajaria para Fortaleza. Os jogadores já tinham arrumado as malas para embarcar.
A Folha telefonou ontem para o celular de Dias, mas as chamadas não foram atendidas.
A pressão para afastar o diretor ocorreu ao mesmo tempo em que Amaral comemora uma redução de R$ 10,5 milhões no déficit do clube previsto para este ano.
Inicialmente, a previsão era de um déficit de R$ 15 milhões. Esse valor passou a ser de R$ 4,5 milhões, segundo Amaral.
Empolgado com o resultado, ele antecipou que será candidato à reeleição, em maio de 2002.
A redução foi possível com medidas como a demissão de 80 funcionários, de todos os setores do clube, corte de 35% na folha de pagamento e extinção das equipes de vôlei, futebol feminino e futsal.
Segundo o dirigente, essas três modalidades geravam um gasto anual de R$ 6 milhões.
Amaral também justifica a nova situação financeira com algumas receitas recebidas neste ano. Segundo ele, o clube vai receber US$ 4,1 milhões referentes à cota de transmissão pela televisão dos jogos do próximo Brasileiro.
Antecipadamente, o clube já embolsou US$ 1,5 milhão.
Na Copa João Havelange, no ano passado, a cota foi de R$ 5 milhões, de acordo com o dirigente são-paulino.


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