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Patrono do Brasiliense consegue punir Simon por erros na Copa do Brasil
Estevão peita CBF, que suspende juiz da Copa
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A poucos dias de embarcar para
o Japão e se integrar ao grupo de
árbitros que vão apitar a Copa do
Mundo, Carlos Eugênio Simon
foi afastado pela Comissão de Arbitragem da CBF pelos erros que
cometeu no jogo de anteontem,
entre Corinthians e Brasiliense,
pelas finais da Copa do Brasil.
A punição, segundo Édson Resende, integrante da comissão,
perdurará até o início do Campeonato Brasileiro, previsto para
começar em agosto, nas competições organizadas pela entidade.
Nenhum dirigente da Fifa foi
encontrado para informar se a pena imposta pela CBF ao árbitro
pode influir na sua participação
no Mundial, que começa no próximo dia 31. Simon foi o único
brasileiro indicado para apitar
partidas da Copa do Mundo.
Segundo o artigo 26, parágrafo
segundo, do regulamento do
Mundial da Coréia do Sul e do Japão, para que um juiz possa ser
relacionado para uma partida, ele
deverá fazer parte da lista de árbitros da Fifa. Isso Simon continua
sendo, já que a CBF não cassou a
sua licença de juiz por um tempo
determinado, só afastando-o de
torneios por ela administrados.
Mas a situação pode mudar. O
presidente do time de Taguatinga
(DF), o senador cassado Luiz Estevão, afirmou que entrará, na
próxima semana, com uma representação na Justiça Desportiva
pedindo a suspensão de Simon.
"Vou entrar com uma representação contra ele [Simon", que é
um bandido e deveria ter vergonha na cara e se aposentar. Ele
roubou o Brasiliense de forma vexatória. Se ele não pode apitar jogos da CBF, como vai poder representar o Brasil na Copa do
Mundo? Ele deveria desistir. Fui
lesado e quero que a punição dele
seja aumentada ainda mais", declarou Luiz Estevão.
O pivô do descontentamento do
Brasiliense se isolou ontem.
Carlos Eugênio Simon, árbitro
gaúcho, não quis dar entrevistas e
não respondeu aos chamados
deixados pela reportagem. A única declaração do juiz sobre a sua
atuação foi dada logo após o jogo
de anteontem, quando não assinalou uma falta na jogada que originou o segundo gol corintiano e
não marcou um pênalti contra o
time da casa, ainda nos vestiários
do estádio do Morumbi.
"Não trabalho assistindo aos
lances pela TV. Apito o jogo dentro de campo e não errei", disse.
Os dirigentes do Corinthians
não quiseram comentar o afastamento do árbitro e foram irônicos
em relação à postura do presidente do Brasiliense.
"O clube não se envolve com arbitragem nunca. Nem quando é
prejudicado, como tem sido nos
últimos jogos com o São Paulo.
Não conhecemos nenhum juiz e
não ficamos pressionando para
sermos beneficiados depois", disse Antonio Roque Citadini, vice
de futebol do Corinthians.
O dirigente do Brasiliense esteve
na sede da CBF ontem, mas não
foi recebido por Armando Marques, presidente da Comissão de
Arbitragem, como pretendia.
Virgílio Elíseo da Costa, diretor
do Departamento Técnico da
CBF, atendeu Luiz Estevão e teve
a missão de acalmar o ex-senador,
que estava bastante nervoso. Gesticulava muito e pedia providências contra o "roubo" do qual havia sido vítima no Morumbi.
"Ele roubou e tem que ser punido. De juiz eu espero esquecer o
nome assim que acaba um jogo de
futebol, mas com ele foi diferente.
Não dá para esquecer. Ele prejudicou o Brasiliense. O mundo sabe disso. Só vou fazer o que é justo
porque ele foi desonesto."
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