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Sem vídeo, Palmeiras
busca 1ª vitória na B
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras será apresentado
hoje a mais uma realidade da segunda divisão: na preleção antes
da partida contra o Náutico não
terá o habitual vídeo em que o
treinador mostra a seus comandados como o adversário joga.
Também pudera, a Série B segue sem ser televisionada. Como
nos anos 50, só assiste quem vai
aos estádios. E o Palmeiras, por
contenção de despesas, nem tem
mandado seu espião, o auxiliar
Fred Smania, observar os rivais.
"Temos algum conhecimento,
mas será um jogo arriscado", comenta Jair Picerni sobre o fato. Já
Alceu, meia adaptado para a zaga,
consegue achar até vantagem nisso. "Podemos ser surpreendidos a
qualquer momento. Por isso, seremos mais determinados."
As fontes dos palmeirenses foram Givanildo Oliveira, técnico
demitido do Náutico, e o atacante
Thiago Gentil, que atuou por lá
em 2000 e 2001. O relatório do atacante foi: "O Kuki faz muitos gols,
a torcida lota o estádio, mas cobra
muito. Temos de segurar o jogo
no início e esperar que os torcedores deles comecem a vaiar".
O estádio, no caso, é o Aflitos,
nome que virou uma piada óbvia
sendo cenário da Segundona.
Time que o Palmeiras não enfrenta desde 1994, o Náutico é, ao
lado de Sport e Santa Cruz, um
dos três clubes pernambucanos
que amargam a Série B.
O técnico palmeirense, porém,
tenta aliviar a apreensão. "A fase
de agonia vai passar, e vamos ter
um final feliz", promete Picerni.
Ele se refere à campanha de dois
empates (Brasiliense e América-RN), à 19ª colocação, à falta de reforços, à saída de Zinho, à ameaça
de aposentadoria de Adãozinho e
a todos os "pepinos a cada dez minutos", como o treinador fala.
A aposta, outra vez, são os juniores. Vágner, autor de quatro
gols nos últimos três jogos, é a
maior esperança. Já Edmílson entra como meia de ligação no lugar
do suspenso Anselmo. Alceu joga
na zaga porque Daniel ainda não
foi liberado pela CBF -mesma
situação do lateral Lúcio.
O diretor Fernando Gonçalves
chegou a afirmar que o Palmeiras
não contratava porque seguia a
receita santista de revelar atletas.
Mas os jovens valores do Parque
Antarctica estão aquém dos da
Vila Belmiro e jogam sob muita
pressão. Uma derrota hoje piora
ainda o clima -uma segunda lista de dispensa estaria pronta, com
o zagueiro Denys a encabeçando.
A cobrança sobre os novatos
vem até dos colegas mais experientes. "Se a molecada jogar bola,
vencemos esse jogo", disse Magrão. Picerni é mais confiante:
"Eles estão mais soltos".
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