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Nem o Rio, que viveu euforia no Estadual, balança estádios no torneio, que, mesmo embolado, perdeu quase 30% de público em relação a 2003
São Paulo assume o topo do campeonato do descaso
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo é novo líder de um
Campeonato Brasileiro que não
pára de definhar na bilheteria.
Depois da quinta rodada, em
que o time do Morumbi tomou a
liderança da Ponte Preta ao bater
o Coritiba por 2 a 1, a média de ingressos vendidos por jogo da
competição está em 7.200.
No ano passado, na primeira
tentativa com pontos corridos, a
média até a quinta jornada era de
10,2 mil pagantes por confronto.
Assim, o torneio atual ostenta
uma bilheteria 29% menor do que
a registrada no mesmo momento
do campeonato de 2003.
Na rodada disputada no final de
semana o movimento nas arquibancadas foi ainda mais fraco. Somados, os 12 jogos reuniram 78
mil torcedores, média de apenas
6.500 por confronto.
Antigos campeões de bilheteria
jogaram para estádios vazios. Um
dos três clubes com mais público
da história do Nacional, o Atlético-MG enfrentou o Corinthians,
segundo time mais popular do
país, diante de apenas 5.619 pagantes no Mineirão.
Em quatro partidas não foram
comercializadas nem 3.000 entradas, marca menor do que a média
de público da Série B.
A maior decepção em termos de
bilheteria acontece no Rio de Janeiro, que viveu um momento de
euforia no Estadual, encerrado no
mês passado.
Das nove unidades da federação
representadas no Nacional, o Rio
registra a menor média de público -4.200 pagantes por partida.
Isso é menos da metade do Estadual, que teve 9.200 ingressos comercializados por partida, recorde do país em 2004.
Maior fica o fosso quando se
desconsidera os jogos de equipes
pequenas do campeonato fluminense. Na campanha que lhe deu
o título estadual, o Flamengo reuniu mais de 26 mil pagantes por
partida. Agora, nos dois jogos que
fez como mandante no Brasileiro,
registrou média de 7.015.
Segundo a CBF, os dois duelos
com menos gente nas arquibancadas da competição aconteceram no Rio e em Niterói.
A queda de público ocorre na
temporada em que a CBF aumentou o preço dos ingressos por "decreto". A entidade promete cumprir agora o item do regulamento
que proíbe a venda de uma arquibancada por menos de R$ 15.
Em campo, a competição tem
um líder diferente pela terceira
rodada seguida. Depois de Figueirense e Ponte, a honra está agora
com o São Paulo. Só o clube do
Morumbi e o São Caetano ainda
não perderam.
A rodada foi boa também para
os outros grandes paulistas. O
Palmeiras bateu a Ponte Preta por
3 a 0 e subiu para o sétimo lugar.
Também no sábado, depois de
duas derrotas seguidas, o Santos
superou o Juventude e foi a 12º.
Ontem, o Corinthians arrancou
um empate em Belo Horizonte e
manteve-se na 18ª posição.
Na turma do desespero, não
houve mudanças. Os quatro times que começaram a quinta jornada na faixa que decreta o rebaixamento à segunda divisão (Vasco, Paysandu, Botafogo e Coritiba) seguem na mesma situação.
O Brasileiro não terá rodada no
meio da semana. E, no próximo
sábado e domingo, não poderá
contar com clássicos estaduais
para tentar levantar a sua minguada bilheteria.
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