São Paulo, segunda-feira, 10 de maio de 2004

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Nem o Rio, que viveu euforia no Estadual, balança estádios no torneio, que, mesmo embolado, perdeu quase 30% de público em relação a 2003

São Paulo assume o topo do campeonato do descaso

DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo é novo líder de um Campeonato Brasileiro que não pára de definhar na bilheteria.
Depois da quinta rodada, em que o time do Morumbi tomou a liderança da Ponte Preta ao bater o Coritiba por 2 a 1, a média de ingressos vendidos por jogo da competição está em 7.200.
No ano passado, na primeira tentativa com pontos corridos, a média até a quinta jornada era de 10,2 mil pagantes por confronto.
Assim, o torneio atual ostenta uma bilheteria 29% menor do que a registrada no mesmo momento do campeonato de 2003.
Na rodada disputada no final de semana o movimento nas arquibancadas foi ainda mais fraco. Somados, os 12 jogos reuniram 78 mil torcedores, média de apenas 6.500 por confronto.
Antigos campeões de bilheteria jogaram para estádios vazios. Um dos três clubes com mais público da história do Nacional, o Atlético-MG enfrentou o Corinthians, segundo time mais popular do país, diante de apenas 5.619 pagantes no Mineirão.
Em quatro partidas não foram comercializadas nem 3.000 entradas, marca menor do que a média de público da Série B.
A maior decepção em termos de bilheteria acontece no Rio de Janeiro, que viveu um momento de euforia no Estadual, encerrado no mês passado.
Das nove unidades da federação representadas no Nacional, o Rio registra a menor média de público -4.200 pagantes por partida. Isso é menos da metade do Estadual, que teve 9.200 ingressos comercializados por partida, recorde do país em 2004.
Maior fica o fosso quando se desconsidera os jogos de equipes pequenas do campeonato fluminense. Na campanha que lhe deu o título estadual, o Flamengo reuniu mais de 26 mil pagantes por partida. Agora, nos dois jogos que fez como mandante no Brasileiro, registrou média de 7.015.
Segundo a CBF, os dois duelos com menos gente nas arquibancadas da competição aconteceram no Rio e em Niterói.
A queda de público ocorre na temporada em que a CBF aumentou o preço dos ingressos por "decreto". A entidade promete cumprir agora o item do regulamento que proíbe a venda de uma arquibancada por menos de R$ 15.
Em campo, a competição tem um líder diferente pela terceira rodada seguida. Depois de Figueirense e Ponte, a honra está agora com o São Paulo. Só o clube do Morumbi e o São Caetano ainda não perderam.
A rodada foi boa também para os outros grandes paulistas. O Palmeiras bateu a Ponte Preta por 3 a 0 e subiu para o sétimo lugar. Também no sábado, depois de duas derrotas seguidas, o Santos superou o Juventude e foi a 12º. Ontem, o Corinthians arrancou um empate em Belo Horizonte e manteve-se na 18ª posição.
Na turma do desespero, não houve mudanças. Os quatro times que começaram a quinta jornada na faixa que decreta o rebaixamento à segunda divisão (Vasco, Paysandu, Botafogo e Coritiba) seguem na mesma situação.
O Brasileiro não terá rodada no meio da semana. E, no próximo sábado e domingo, não poderá contar com clássicos estaduais para tentar levantar a sua minguada bilheteria.


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