CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES

Após ser rejeitado por cinco clínicas na Argentina e no exterior, Diego Maradona, 43, será tratado da dependência química no Departamento de Psiquiatria do Hospital Italiano, um centro especializado em geriatria.
O jogador foi transferido ontem da clínica Suíço-Argentina onde esteve internado duas vezes nas últimas semanas. Com a dificuldade em encontrar um lugar especializado na recuperação de dependentes químicos que aceitasse o ídolo, o médico particular de Maradona, Alfredo Cahe, teve que pedir ajuda a seu amigo pessoal, o diretor do Hospital Italiano, Héctor Marchitelli.
Pequeno para receber um astro, o hospital fica em Castelar, zona de classe média baixa nos arredores de Buenos Aires. Ontem, fãs já se acumulavam na frente do local.
O último boletim médico da Suíço-Argentina dizia que Maradona havia "superado com êxito seu estado clínico" e por isso estava recebendo alta.
Maradona deverá agora ser acompanhado pela equipe do hospital e não mais pelo médico pessoal Alfredo Cahe, que o atende desde que ele tinha 16 anos.
Nos últimos dias, Cahe foi bastante criticado pela imprensa local e por especialistas por seus métodos "pouco ortodoxos". Cahe, que possui outros pacientes dependentes químicos, usa um coquetel de drogas personalizado que permite aos pacientes controlar o consumo da drogas.
Além disso, foi acusado de ceder aos caprichos de Maradona, que saiu da Suíço-Argentina na semana passada sem alta médica.
Sem consumir cocaína desde que foi internado pela primeira vez, no dia 18 de abril, Maradona ficou agressivo e gritou com familiares, segundo o diretor da Suíço-Argentina, Cláudio Belocopti, que negou, no entanto, que ele tivesse quebrado móveis da clínica.
Maradona entrou na clínica com crise de hipertensão e miocardiopatia. Posteriormente, foi detectada uma pneumonia aspirativa bilateral e transgressão alimentar. Todo quadro foi agravado pela síndrome de abstinência.


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