São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

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COPA 2006

Técnico reconhece que convocação de segunda não será unanimidade

Lista para o Mundial será contestada, avisa Parreira

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Em um país de milhões de "técnicos" amadores de futebol, o treinador da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, já admite que a lista que anuncia na segunda-feira com os 23 jogadores convocados para a Copa do Mundo será alvo de contestação.
Parreira se recusou a comentar individualmente os atletas cotados para as últimas vagas. Ele afirma que manterá a coerência, mas prefere não entrar em detalhes. Ele, porém, assume ter consciência de que será criticado pelos fãs.
"Agora não é a hora de novidades nem de surpresas. Mas há coisas que você muda de direção em função de fatos concretos. Isso pode ocorrer", disse Parreira.
Em entrevista exclusiva à Folha, o treinador não descartou a possibilidade de levar ao Mundial um jogador que foi poucas vezes chamado, como Rogério Ceni, do São Paulo, ou Nilmar, do Corinthians.
O goleiro Marcos, do Palmeiras, que não atua pela equipe desde o dia 11 de fevereiro por causa de uma contusão na coxa direita, é o preferido de Parreira para a reserva de Dida, titular desde 2002.
O treinador disse que as críticas que receberá na segunda virão por causa "do regionalismo e do clubismo". "Isso ainda existe muito. Há pouco, me pediram na rua a convocação do Lenny, do Fluminense. Em São Paulo, pedem o Rogério Ceni, o Nilmar. Mas a pressão é bem diferente da [ocorrida em 2002 pela volta] do Romário", afirmou Parreira.
Até agora, o treinador não definiu o terceiro goleiro, o reserva do lateral Roberto Carlos e um atacante ou um meia para completar o grupo. Apesar de ter se recusado a comentar a lista, ele deixou escapar ontem a convocação do volante Edmílson, do Barcelona.
Parreira lança amanhã no Rio o livro "Formando Equipes Vencedoras - Lições de Liderança e Motivação; do Esporte aos Negócios", editado pela Best Seller.
"Não quero ser um Paulo Coelho. Não tenho pretensão de ganhar dinheiro. Tudo que receber vou doar para uma igreja perto da minha casa", disse o treinador, que afirma ter feito o livro em cerca de duas horas. Parreira deu um depoimento ao jornalista Ricardo Gonzalez. ""Não é um livro de futebol. Ele fala das minhas crenças, do que ocorreu na minha carreira. Algo que acontece com qualquer homem de sucesso. Fala de ambição, visão estratégica e disciplina", disse Parreira, acrescentando que esta é sua primeira obra.
No ano passado, a Folha revelou que o livro ""Evolução Tática e Estratégias de Jogo", assinado por Parreira, copiava literalmente, sem dar crédito, várias páginas de obra lançada em 1973 pelo inglês Charles Hughes. A obra foi concebida para ser material didático de um curso da Escola Brasileira de Futebol, projeto da CBF e da Fifa.
""Aquilo não era um livro, eram artigos que traduzi e a CBF compilou", minimizou o treinador.


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