São Paulo, domingo, 10 de junho de 2007

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JUCA KFOURI

Futebol, mentiras e videoteipe


Fulano é perdedor, beltrano é caseiro, o time tal é provinciano, e sicrano não reclama mais dos juízes


O FUTEBOL , como a vida, vive de verdades e mentiras. Que repetidas mil vezes, como um videoteipe recorrente, viram a realidade dos medíocres.
Falemos das mentiras.
Telê Santana é perdedor. Abel Braga também. Assim como Renato Gaúcho. Ou Mário Sérgio.
O Corinthians é um time provinciano. Vanderlei Luxemburgo é um técnico caseiro.
Ora, Telê Santana calou os mentirosos, como Abel Braga, ao ganhar Mundiais de clubes, entre outros títulos importantes.
Renato Gaúcho já é campeão da Copa do Brasil, com um time apenas médio, e olhe lá.
Mário Sérgio ainda não ganhou, mas pegou um Figueirense baleado e o levou muito mais longe do que se poderia supor.
O Corinthians, antes mesmo de ser campeão mundial, já tinha conquistado taças internacionais da maior relevância.
E Vanderlei Luxemburgo, além de todos os títulos estaduais e nacionais que faturou, foi campeão da Copa América, pela seleção brasileira.
Como a esperteza demasiada acaba por engolir o esperto, a mentira deslavada devora o mentiroso.
O que vale até para certas vítimas dessas mentiras, como Vanderlei Luxemburgo.
Que passou a fase final do Campeonato Paulista, enquanto seu time só vencia, anunciando que mudara o detestável hábito de justificar suas derrotas pelos erros de arbitragem. Até abordar o técnico Dorival Júnior, no intervalo do jogo contra o São Caetano, ele abordou com tal discurso.
Pois bastou perder a vaga na final da Libertadores para que o mundo visse que não era verdade.
Foi simplesmente canhestra sua tentativa de desviar o foco de uma eliminação digna, para a qual ele contribuiu de maneira decisiva com sua competência ao virar a partida contra o Grêmio, quando atribuiu ao árbitro paraguaio o erro de não marcar uma falta, inexistente, no gol gaúcho.
Futebol tratado assim fica, além de falso, chato.
Como Dunga não convence ninguém ao alardear sua independência por ter posto Kaká e Ronaldinho no banco na deplorável partida da seleção da CBF contra a Turquia.
Ora, sua nenhuma independência ficou clara quando engoliu as duas estrelas como titulares no jogo contra a Inglaterra, exigência óbvia dos organizadores da festa de inauguração do novo Wembley.
Depois, vingou-se, porque tinha autorização para tanto. E, para seu azar, acabou por ter recorrer a ambos para evitar a catástrofe iminente que pintava em vermelho uma vitória turca, desenhada no primeiro tempo e evitada no segundo pelo simples respeito que a dupla estrelada desperta.
Mas também aí nem a mentira é original. Já a vimos antes, ao vivo e em videoteipe.

Jogo da verdade
Dos sete, conta de mentiroso, jogos de hoje, um chama a atenção: Inter x Santos. O Inter está recuperado após conquistar a Recopa Sul-Americana? E o Santos está traumatizado com as perdas da Libertadores e, mais grave, de Zé Roberto? Respostas no Beira-Rio.

blogdojuca@uol.com.br


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