São Paulo, quarta-feira, 10 de junho de 2009

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África do Sul abriga copa com poeira e trânsito

Improvisos e obras marcam cidades a cinco dias da Copa das Confederações

Principal estádio do Mundial de 2010 está ameaçado por greve de trabalhadores que pode atrasar ainda mais a organização da competição


EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO

Trânsito pesado, poeira, homens trabalhando por todos os lados. Obras, muitas obras. Esse é o cenário na maior cidade da África a cinco dias do início da Copa das Confederações.
Se os atrasos nas construções indicavam que o torneio seria disputado em um alto nível de improviso, basta sair pelas ruas para ter certeza disso.
O símbolo maior dos problemas enfrentados pelo país na preparação para a Copa do Mundo de 2010 não poderia ser mais elucidativo.
O Soccer City, anunciado como o principal estádio do Mundial e que deve abrigar a abertura e a final, é pivô de disputa entre os trabalhadores e a associação das grandes construtoras sul-africanas (Safec).
A queda de braço ocorre justamente na semana em que o COL (Comitê Organizador Local) tem repetido estar preparado para organizar a Copa das Confederações e o Mundial-10.
Os trabalhadores ameaçam entrar em greve se não tiverem reajuste salarial de 15%. A Safec oferece 7%. Uma reunião deve ocorrer na próxima semana.
Os caminhos que levam às arenas da Copa em Johannesburgo e Pretória também mostram a ineficiência do COL e do governo para cumprir prazos.
Na viagem de cerca de 50 km entre as duas cidades, feita ontem pela Folha, é possível constatar que elas se transformaram em canteiro de obras.
Na principal ligação entre os municípios, em muitos trechos trabalhadores ampliam as pistas ou constroem viadutos para melhorar o fluxo do trânsito, cada vez mais engarrafado.
A aposta nas chamadas freeways tem como objetivo suprir outra carência do sistema de transporte sul-africano.
Um trem de alta velocidade, prometido para a Copa das Confederações, também está longe de ser concluído. Promessa de alívio para o trânsito e de facilidade para a viagem aos estádios, é ainda um sonho.
Ontem, a reportagem acompanhou um dos trechos, no distrito de Soweto, famosa área nas cercanias de Johannesburgo. O corredor não conta com mais de 1 km construído.
"Apesar desses atrasos, não penso que teremos problemas para levar os torcedores ao estádio", disse o chefe do setor de comunicação do COL, Rich Mkhondo. Segundo ele, a torcida terá linhas seguras e eficientes de ônibus para ir às arenas das duas cidades.
Mkhondo declara que até dezembro a maior parte das obras de transporte nas duas cidades deve estar concluída.
Para a Copa das Confederações, porém, os torcedores encontrarão outro problema. O acesso ao Ellis Park, que será usado na abertura pela seleção sul-africana, é muito difícil por conta das obras e da poeira que continuarão lá no domingo.


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