São Paulo, quinta-feira, 10 de junho de 2010 |
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TOSTÃO Os craques do Mundial
APESAR DAS contusões de vários excepcionais jogadores, os quatro melhores do mundo estarão presentes na Copa da África do Sul: Messi, pela Argentina, Cristiano Ronaldo, por Portugal, Kaká, pelo Brasil, e Xavi, pela Espanha. Apenas Xavi nunca ganhou o prêmio de melhor do mundo da Fifa. Os melhores não serão, necessariamente, os melhores da Copa, como ocorreu com Ronaldinho em 2006. Discordo de que o melhor da Copa tenha que atuar na final e/ou ser campeão. Se for assim, dificilmente Cristiano Ronaldo será o escolhido. Portugal não está entre as seleções favoritas. Messi é o craque dos dribles lineares, longos, em que o jogador toca na bola para pegá-la na frente, como fazem muito bem Kaká e tantos outros grandes atletas. Mais que isso, Messi é também o craque dos dribles curtos, bonitos, desconcertantes, surpreendentes e em pequenos espaços. É ainda inventivo, possui ótima técnica, além da gana e da volúpia dos grandes talentos. Kaká se destaca mais pela excepcional técnica, pela força física, pela velocidade e pela disciplina. Falta a ele a fantasia, o enfeite, que muitas vezes não é necessário, mas que fascina. O supérfluo é também essencial. Cristiano Ronaldo, além de ter a técnica e a fantasia dos grandes jogadores, faz muitos gols de cabeça e de chutes de fora da área, sejam eles de bola parada ou não. Dos quatro, o jogador português é o único exibicionista. Xavi é o maestro, o organizador do meio-campo. Domina, passa e recebe a bola mais à frente. Faz o time jogar. Raramente erra um passe ou perde a bola. E ainda desarma bem e sabe o instante exato de dar o passe decisivo. Xavi e Messi contrariam a regra de que jogador moderno tem que ser alto e forte. Os dois reinventam o melhor futebol de outras épocas. Muitos outros craques estarão presentes na Copa do Mundo da África do Sul. Para brilhar intensamente, o craque precisa da equipe, do jogo coletivo. O conteúdo não sobrevive sem a forma e vice- -versa. Não são os craques que fazem o time jogar bem, porém são os craques que encantam e decidem as partidas. O craque não precisa entrar nas estatísticas, na matemática do jogo sobre quem pegou mais na bola, acertou mais passes ou mais chutes. O craque não parece craque. Ele é craque. O que é é. Texto Anterior: Antidoping faz oito atletas madrugarem Próximo Texto: Paulo Vinicius Coelho: O peso da idade Índice |
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