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MOTOR
FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br @fabio_seixas
Saladas, filés e desafios dos pneus em 2011
APESAR DO PÉSSIMO gosto
gastronômico (pediu um
troço chamado "salada
morna"), Di Grassi é bom
sujeito.
Dos pilotos que cruzei
nesses anos, é aquele com
mais conhecimento técnico:
curioso sobre a teoria, dedicado à prática. Tem facilidade em falar sobre isso tudo. E vive, hoje, no olho do
furacão da F-1. Os pneus
da Pirelli.
É o piloto de testes da empresa italiana, ao volante
de um Toyota híbrido 2009-
-2010. E, na próxima semana, em Jerez de la Frontera,
mergulhará em mais três
dias de trabalho intenso.
"São 1.000 km por dia,
mais do que três GPs", contou, entre uma garfada e outra, num almoço nesta semana -minha escolha foi
um básico "filé da casa".
Preferências alimentares
à parte, foi um papo dos
mais didáticos sobre um assunto agudo para a F-1.
Segundo Di Grassi, são
três os principais desafios
que a fornecedora de pneus
encara neste momento.
O primeiro, resolver os
"marbles", as pelotas de
borracha que se soltam dos
pneus, emporcalham a pista e atrapalham a pilotagem. Há pelotinhas e pelotonas. O problema é que os
Pirelli atuais produzem o segundo tipo.
Depois, melhorar o casamento dos compostos com o
asfalto. Os atuais pneus não
emborracham as pistas. Do
primeiro treino livre à última volta de um GP, não melhoram as condições de um
circuito, uma pena...
Por fim, a Pirelli tenta ser
mais versátil. Poucas equipes, pelas características de
seus carros, obtêm o pico da
eficiência da borracha. O
resto se lasca. A Red Bull é a
rainha do primeiro grupo. A
Ferrari está no segundo.
A Pirelli sabe desses problemas. Já é um começo.
Até logo, boa viagem,
bom trabalho. É sempre
bom falar com gente que entende. E, quando for jantar
em Jerez, vê se toma jeito e
pede um puchero.
CINEMA
PRO ALTO
No Brasil, "Senna" foi exibido em poucas salas e teve repercussão limitada aos fãs
de F-1. No Reino Unido, o filme fez a sexta maior bilheteria do ano para um fim de semana de estreia e bateu o recorde histórico para um documentário, arrecadando US$ 614 mil. Pode não dizer nada. Pode dizer muita coisa. Divulgação eficiente e boa memória, por exemplo.
CALENDÁRIO
PRA BAIXO
A FIA e Bernie Ecclestone
cancelaram de vez o GP do
Bahrein, devido à crise política no país. E o calendário
fica como antes, com a corrida na Índia em 30 de outubro. Vitória histórica dos times ou tudo não passou de jogo de cena dos cartolas para agradar aos promotores
bareinitas? O histórico da categoria recomenda apostar
as fichas na segunda opção.
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