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FUTEBOL
Jogadores que começam na reserva e entram no decorrer das partidas são arma do time de Scolari nas decisões
Fôlego do banco decide para Palmeiras
Jorge Araújo/Folha Imagem
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O meia Zinho, que começou o jogo de anteontem na reserva, dá entrevista no CT do Palmeiras, ontem |
FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
da Reportagem Local
A vitória por 2 a 1 sobre o Santos,
anteontem à noite, que garantiu o
Palmeiras na decisão do Paulista-99, revelou definitivamente a principal arma do técnico Luiz Felipe
Scolari contra o excesso de jogos
do time e rumo à conquista da "tríplice coroa" (Libertadores, Copa
do Brasil e Estadual).
O fôlego de jogadores que começam no banco e entram em campo
no decorrer da partida tem se mostrado o diferencial palmeirense.
O jogo contra o Santos foi o quarto decisivo em 20 dias definido por
atletas que entraram pelo menos
no intervalo do primeiro para o segundo tempo (veja quadro).
Quando acabou a primeira etapa, o Palmeiras perdia por 1 a 0, resultado que o eliminava. Scolari,
então, gastou as três trocas a que tinha direito e pôs em campo os titulares Alex, Zinho e Paulo Nunes
-mais desgastados que os santistas ao longo do ano, mas mais descansados naquele momento.
O jogo mudou, o Palmeiras passou de dominado a dominador e
acabou vencendo, justamente com
um gol de Paulo Nunes.
"Quando os titulares que ficam
no banco entram no jogo, estão fisicamente iguais ou melhores do
que os adversários. Além disso, o
time fica encorpado, todos ganham confiança", explicava Scolari ao final do clássico.
Em que pese o excesso de jogos
que enfrenta -fará amanhã a 47ª
partida oficial no ano-, o Palmeiras vem batendo times muito mais
descansados, e, o mais incrível,
marcando a maioria dos seus gols
nos minutos finais dos confrontos.
Desde 14 de maio, jogo de ida
contra o Flamengo pela Copa do
Brasil, quando se iniciou o período
mais crítico da maratona palmeirense, o time fez 22 gols. Destes, 12,
ou 54,5%, foram marcados após os
30min do segundo tempo.
O atacante Euller, um reserva
fundamental em pelo menos dois
jogos decisivos (Flamengo e Lusa),
acrescenta um dado à tendência.
"No banco, dá tempo de analisar
a tática do adversário. Aí você entra sabendo exatamente o que fazer para furar o bloqueio dele."
O preparador físico Paulo Paixão
acredita que as seguidas reversões
de resultados negativos têm contribuído para o sucesso de seu trabalho. "Eles colocaram na cabeça
que podem virar sempre. A mente,
então, comanda as pernas. O fator
emocional ajuda muito no físico."
O fenômeno de decidir com o fôlego de quem começou no banco é
observado no Paulista e na Copa
do Brasil, torneios considerados
"periféricos" pelo Palmeiras. Na
Libertadores, prioridade do clube,
os titulares estão sempre entrando
desde o início dos jogos, tanto nos
de ida quanto nos de volta.
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