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FUTEBOL
Time bate América, em volta do país ao cenário internacional após Mundial, e pode perder para decidir Libertadores
São Caetano faz jus à fase pentacampeã
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL
O futebol brasileiro voltou ontem a uma competição internacional depois do pentacampeonato mundial na Ásia com uma vitória por 2 a 0 do São Caetano.
O adversário da hora era a equipe mexicana do América, e a partida, a de ida pelas semifinais da
Taça Libertadores de América.
Agora, o time do ABC pode perder na Cidade do México por até
um gol de diferença para garantir
vaga na finalíssima do principal
torneio americano interclubes. O
outro finalista sai do confronto de
Grêmio e Olimpia, do Paraguai.
O frio de 15C afastou o público,
que nem ocupou metade das arquibancadas do estádio Anacleto
Campanella -não adiantou nem
os carros de som que circularem
pela cidade convocando torcedores para o desafio continental.
Mas, se os conterrâneos não se
animaram, o time do São Caetano
entrou em campo com determinação. As arrancadas de Marcos
Senna, os dribles de Anaílson e os
passes de Robert geraram muito
perigo para a equipe visitante.
No lado rival, o time estava tão
encolhido quanto seus reservas
de luxo, Luis Hernández (o Caniggia mexicano) e o chileno Iván
Zamorano, que tinha uma torcida
particular no estádio mais numerosa que os seguidores da equipe.
Tendo só os contra-ataques, o
América deixou a iniciativa para o
São Caetano. O lateral-direito
Russo, vestindo luvas, avançava.
Anaílson tabelava com Robert pelo meio. Tudo levava a crer que o
gol brasileiro sairia por meio desses jogadores. Enquanto isso, Aílton e Somália tropeçavam na bola, quando não pisavam nela.
Mas foi Somália que contrariou
esse prognóstico e, aos 24min,
após receber passe de Robert,
chutou forte, cruzado e pelo alto
para estufar as redes de Ríos.
Anaílson criou perigo por duas
vezes, e Marcos Sena aproveitou
bem um rebote em outra. Novamente, porém, o segundo gol do
time do ABC teve como artífice o
limitado atacante Somália.
Aos 39min, Marcos Senna puxou contragolpe e passou na área
para Somália, que adiantou a bola, mas caiu com a aproximação
do goleiro. O juiz paraguaio Ubaldo Aquino marcou pênalti.
Adãozinho cobrou, e Aquino
exigiu uma segunda cobrança por
invasão da área. Na segunda tentativa, o meia do São Caetano
chutou e marcou novamente.
A grande chance mexicana na
primeira etapa aconteceu só aos
45min, com Pardo cabeceando
uma bola por cima do travessão.
Para o segundo tempo, o América colocou em campo o habilidoso argentino Castillo, que, logo
aos 2min, chutou e por pouco não
marcou o primeiro gol mexicano.
Por seu lado, o São Caetano voltou precavido, com o volante Serginho no lugar do meia-atacante
Anaílson, parecendo contente
com o placar conquistado.
Com esse cenário, o adversário
pressionava, e a equipe da casa só
se arriscava no contra-ataque.
Aos 15min, Zamorano, 34, entrou em campo para delírio dos
chilenos, que gritavam sempre o
nome do ídolo máximo do país
nos últimos dez anos. Só que ele
pouco produziu, apenas escorou
algumas bolas, mas sem efetividade -uma sombra do que foi.
No final, o São Caetano voltou a
aparecer, equilibrou o jogo e teve
chances de marcar o terceiro.
Para terminar, Russo e Navia
envolveram-se em confusão e receberam o cartão vermelho.
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