São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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FUTEBOL

Time bate América, em volta do país ao cenário internacional após Mundial, e pode perder para decidir Libertadores

São Caetano faz jus à fase pentacampeã

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O futebol brasileiro voltou ontem a uma competição internacional depois do pentacampeonato mundial na Ásia com uma vitória por 2 a 0 do São Caetano.
O adversário da hora era a equipe mexicana do América, e a partida, a de ida pelas semifinais da Taça Libertadores de América.
Agora, o time do ABC pode perder na Cidade do México por até um gol de diferença para garantir vaga na finalíssima do principal torneio americano interclubes. O outro finalista sai do confronto de Grêmio e Olimpia, do Paraguai.
O frio de 15C afastou o público, que nem ocupou metade das arquibancadas do estádio Anacleto Campanella -não adiantou nem os carros de som que circularem pela cidade convocando torcedores para o desafio continental.
Mas, se os conterrâneos não se animaram, o time do São Caetano entrou em campo com determinação. As arrancadas de Marcos Senna, os dribles de Anaílson e os passes de Robert geraram muito perigo para a equipe visitante.
No lado rival, o time estava tão encolhido quanto seus reservas de luxo, Luis Hernández (o Caniggia mexicano) e o chileno Iván Zamorano, que tinha uma torcida particular no estádio mais numerosa que os seguidores da equipe.
Tendo só os contra-ataques, o América deixou a iniciativa para o São Caetano. O lateral-direito Russo, vestindo luvas, avançava. Anaílson tabelava com Robert pelo meio. Tudo levava a crer que o gol brasileiro sairia por meio desses jogadores. Enquanto isso, Aílton e Somália tropeçavam na bola, quando não pisavam nela.
Mas foi Somália que contrariou esse prognóstico e, aos 24min, após receber passe de Robert, chutou forte, cruzado e pelo alto para estufar as redes de Ríos.
Anaílson criou perigo por duas vezes, e Marcos Sena aproveitou bem um rebote em outra. Novamente, porém, o segundo gol do time do ABC teve como artífice o limitado atacante Somália.
Aos 39min, Marcos Senna puxou contragolpe e passou na área para Somália, que adiantou a bola, mas caiu com a aproximação do goleiro. O juiz paraguaio Ubaldo Aquino marcou pênalti.
Adãozinho cobrou, e Aquino exigiu uma segunda cobrança por invasão da área. Na segunda tentativa, o meia do São Caetano chutou e marcou novamente.
A grande chance mexicana na primeira etapa aconteceu só aos 45min, com Pardo cabeceando uma bola por cima do travessão.
Para o segundo tempo, o América colocou em campo o habilidoso argentino Castillo, que, logo aos 2min, chutou e por pouco não marcou o primeiro gol mexicano.
Por seu lado, o São Caetano voltou precavido, com o volante Serginho no lugar do meia-atacante Anaílson, parecendo contente com o placar conquistado.
Com esse cenário, o adversário pressionava, e a equipe da casa só se arriscava no contra-ataque.
Aos 15min, Zamorano, 34, entrou em campo para delírio dos chilenos, que gritavam sempre o nome do ídolo máximo do país nos últimos dez anos. Só que ele pouco produziu, apenas escorou algumas bolas, mas sem efetividade -uma sombra do que foi.
No final, o São Caetano voltou a aparecer, equilibrou o jogo e teve chances de marcar o terceiro.
Para terminar, Russo e Navia envolveram-se em confusão e receberam o cartão vermelho.



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