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ADMINISTRAÇÃO
Visibilidade política levou vantagem sobre os aspectos técnicos
Para relator, Bolsa-Atleta entra em vigor incompleta
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
O projeto da Bolsa-Atleta, sancionado ontem pelo presidente
Lula durante encontro com atletas olímpicos, foi alvo de críticas
do próprio relator do projeto no
Senado, Osmar Dias (PDT-PR).
A autoria do projeto, selecionado em detrimento de proposta semelhante da deputada Nice Lobão (PFL-MA), é do ministro do
Esporte, Agnelo Queiroz.
"Aprovamos um projeto incompleto, ele precisa de aperfeiçoamento", disse Dias, em alusão
ao fato de o governo querer aproveitar a visibilidade da cerimônia
de despedida de atletas olímpicos.
Houve acordo entre as lideranças no Senado para que nenhum
dos textos sofresse alterações de
mérito, o que obrigaria a lei a retornar à Câmara dos Deputados.
Os textos chegaram à Casa Civil
para a revisão final, antes de ficarem prontos para a assinatura, só
no início da tarde de anteontem.
Um dos pontos mais polêmicos
da lei é o fato de exigir que os beneficiados estejam em "plena atividade esportiva". Em tese, isso
impede que um atleta lesionado
siga recebendo do programa.
"De acordo com o texto, de fato
o atleta contundido perderá o benefício. É uma falha que não foi
reparada", declarou Dias à Folha.
Já o Ministério do Esporte tem
entendimento diverso. Questionado a respeito do caso das contusões, o assessor especial do ministro, Jaime Sautchuk, afirmou:
"Cada caso é um caso. O ministério e o Conselho Nacional do Esporte vão acompanhar todos".
São quatro faixas de atletas beneficiados, de acordo com seus
resultados. Os valores variam de
R$ 300 a R$ 2.500 mensais.
Para integrar o programa, além
de preencher os requisitos legais e
ter bom desempenho -precisam
obter até o terceiro lugar em competições reconhecidas pelas federações-, os atletas necessitam
ser indicados pelo presidente de
suas confederações. Há previsão
de que o ministério gaste até R$ 10
milhões com as bolsas em 2005.
O senador questionou a capacidade de o ministério fiscalizar a
observação dos requisitos da lei.
Como os benefícios são anuais, se
um atleta acertar patrocínio durante a vigência dos repasses, ele
perde o direito à bolsa. "Será que
o ministério fiscalizará?"
"O programa deverá voltar ao
Congresso para que seja feita a regulamentação", disse Sautchuk.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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