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TÊNIS
Com força máxima, Brasil pega a Croácia na Fed Cup
Fraqueza "impede" que mulheres participem do boicote a Nastás
DA REPORTAGEM LOCAL
Na Copa Davis, o Brasil precisa
recorrer a jogadores juvenis para
enfrentar a Venezuela pelo playoff da segunda divisão.
Já pela Fed Cup, a versão feminina da principal competição entre nações do tênis, a equipe do
país contará com força máxima
para o confronto com a Croácia,
hoje e amanhã, em São Paulo.
Por esse ângulo, a situação das
tenistas brasileiras parece muito
mais confortável do que a dos homens, que decidiram boicotar a
Davis por causa do descontentamento com a atuação do presidente Nelson Nastás na Confederação Brasileira de Tênis.
Mas, com exceção das competições da Federação Internacional
de Tênis (o Brasil luta na Davis
para afastar a ameaça de cair para
a terceira divisão, enquanto joga a
Fed Cup para subir à elite), é justamente a pior situação que faz
com que a equipe brasileira feminina, apesar de ter críticas à confederação, não cogite o boicote.
"A CBT tem grandes problemas. Mesmo com o Guga, o tênis
não andou e ficou estacionado.
Mas nós não temos a força do Guga para brigar com a confederação", disse Maria Fernanda Alves.
A posição dela é emblemática.
Além de ser a principal jogadora
do país, Nanda Alves cultiva estreita ligação com Gustavo Kuerten, principal figura do boicote.
A tenista também mora em Florianópolis, e seu pai, Carlos Alves,
foi o primeiro técnico do tricampeão de Roland Garros.
"Conversei com o Guga e com o
Larri na terça-feira, mas em nenhum momento a gente falou sobre boicote", disse ela.
O principal tenista do país foi o
primeiro a declarar que não defenderia o Brasil na Davis enquanto o presidente Nelson Nastás estiver no comando da CBT.
Nanda Alves também é atleta do
Instituto Tênis, entidade que oficialmente não tem ligação com a
oposição, mas que foi fundada em
junho de 2002 na sede da Federação Catarinense de Tênis.
O presidente da federação de
Santa Catarina, Jorge Lacerda Rosa, é um dos principais líderes da
oposição à atual direção da CBT.
"O boicote no masculino foi
uma coincidência que logicamente acabou fortalecendo a oposição", declarou o dirigente.
"Quanto ao feminino, a gente só
fica na expectativa de que o time
consiga um bom resultado."
Apesar de estar com a equipe
completa e jogar em casa contra
um adversário desfalcado, o Brasil é a zebra no confronto.
Em termos de ranking, a equipe
de Nanda Alves (197ª do mundo),
Carla Tiene (287ª), Letícia Sobral
(386ª) e Bruna Colósio (424ª) é
bem inferior à da Croácia, que,
desfalcada de Karolina Sprem
(20ª e quadrifinalista em Wimbledon), terá Jelena Kostanic (38ª),
Ivana Abramovic (166ª), Darija
Jurak (241ª) e Ivana Lisjak (274ª).
O confronto começa às 10h,
com Nanda Alves x Abramovic e
Colósio x Kostanic.
A capitã do Brasil, Andréia Vieira, justificou a escalação de Colósio, quarta do país no ranking, como número dois. "A Bruna tem
um retrospecto melhor nesse tipo
de competição", afirmou.
Amanhã, às 10h, os jogos são
Nanda Alves x Kostanic; Colósio x
Abramovic e Nanda Alves/Tiene
x Kostanic/Darija Jurak.
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