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Times brasileiros se dizem prejudicados e honrados
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela legislação, os clubes brasileiros têm os mesmos direitos
dos europeus de tentar barrar a
convocação de seus atletas para
a Olimpíada. Mas nenhum deles fará nada, apesar de também sofrerem desfalques durante o Nacional, como os times do velho continente.
Oficialmente, o discurso é o
de que querem servir à seleção
e ajudar os atletas. Fato é que
Fluminense, Internacional e
São Paulo, que tiveram jogadores chamados, têm interesses
específicos de manter boa relação com a CBF.
O clube carioca tem como
presidente Roberto Horcades,
que é médico do presidente da
CBF, Ricardo Teixeira. Seu paciente o incluiu em comissão da
Fifa e já liberou atletas do Fluminense de amistosos.
O zagueiro Thiago Silva e o
meia Thiago Neves saem do time que está em situação bastante ruim no Brasileiro.
São Paulo e Internacional
têm estádios candidatos a sediar a Copa de 2014, Morumbi e
Beira-Rio, respectivamente.
Ambos foram indicados por
seus Estados pra receber os jogos. A Fifa é quem escolhe os
estádios, mas ouvirá a CBF.
Os atletas dos três times podem ficar até dez jogos afastados de seus times no meio do
Brasileiro. Ou seja, não disputariam cerca de um quarto do
campeonato. Isso depende do
prazo para liberação dos atletas, que pode ser de 5 a 14 dias
antes da Olimpíada chinesa.
"Tem um lado positivo, que é
a divulgação do nome do clube
e a valorização. Tem um lado
negativo, que é o de perdermos
o atleta em nosso convívio",
afirma o vice-presidente do Internacional, Giovani Luigi, que
irá ceder o goleiro Renan.
Os são-paulinos adotam discurso parecido. Para o vice-presidente de futebol, Carlos Augusto Barros e Silva, é uma
honra ceder jogadores para a
seleção -o zagueiro Alex Silva
e o volante Hernanes.
"Há reflexos [da ida à seleção]. A convocação perturba o
jogador e o clube. Mas, se não é
uma valorização, é uma honra",
destacou o cartola. Ele preferiu
não fazer comparação com os
clubes europeus. "São situações diferentes."
(RB E RM)
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