São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2008

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Obama critica Bush por "visita olímpica"

Presidente do Parlamento Europeu boicotará o evento

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama, criticou a possibilidade de o atual ocupante do cargo, George W. Bush, comparecer à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, marcada para 8 de agosto.
Obama disse que ele iria ao evento apenas se tivesse identificado avanços no diálogo entre o governo chinês e o dalai-lama (líder tibetano que vive exilado na Índia).
"Na ausência de algum sentido de avanço, na ausência de algum posicionamento do dalai-lama de que houve progresso, eu não iria", afirmou o senador democrata, que é natural de Chicago, cidade que concorre com Rio, Tóquio e Madri pela realização dos Jogos de 2016.
No início do ano, Obama defendera o boicote do presidente dos EUA à cerimônia de abertura como forma de protesto contra violações aos direitos humanos na China.
Se Bush de fato comparecer à cerimônia de abertura, será a primeira vez que um presidente dos EUA acompanha tal evento in loco fora do território norte-americano.
Em pronunciamento a jornalistas há uma semana, Dana Perino, porta-voz da Casa Branca, dissera que Bush não condicionava sua presença na abertura da Olimpíada a negociações entre China e os tibetanos.
Tal posição era defendida pelo candidato republicano, John McCain. E foi a estratégia promovida pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, que também confirmou sua ida ao evento, no qual ele representará ainda a União Européia.
A nota oficial que informa a participação do francês não cita em momento algum as questões tibetana e de direitos humanos. Mas registra que a motivação da viagem de Sarkozy é "aprofundar a parceria estratégica [da França] com a China".
Sarkozy encontrou o presidente da China, Hu Jintao, no encontro de cúpula do G8, realizado no Japão, e confirmou sua viagem à capital chinesa. Publicamente, Hu avaliou a decisão como "correta".
Entretanto a presença do líder francês não foi a única novidade acerca da abertura dos Jogos que surgiu ontem na Europa. Horas depois de o anúncio da viagem repercutir no continente, Hans-Gert Poettering, presidente do Parlamento Europeu, declarou que irá boicotar a cerimônia do dia 8.
"Considerando que as conversas [entre emissários do dalai-lama e da China] se provaram inconclusivas até agora, decidi não ir à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos", afirmou Poettering, um aliado próximo da chanceler alemã, Angela Merkel.
Não foi a única menção contrária da casa após o anúncio da viagem de Sarkozy.
"A Europa capitulou... A Europa deveria manter o senhor Sarkozy longe de Pequim", disse o vice-presidente, Edward McMillan-Scott, na assembléia do Parlamento, reunida em Estrasburgo (França).
O líder dos verdes, Daniel Cohn-Bendit, exibiu um tom mais enfático, acusando o presidente francês de "expor a Europa à humilhação".


Com agências internacionais


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