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FUTEBOL
Clube paulista mais antigo em atividade faz aniversário amanhã rejeitando tendência modernizadora do esporte
Ponte Preta chega aos 100 "romântica"
LUCIANO CALAFIORI
DA FOLHA CAMPINAS
Às vésperas dos seus cem anos,
a Ponte Preta celebra a data fazendo a apologia do "romantismo".
Rejeitando a intervenção das
empresas no seu departamento
de futebol, formando jogadores
para revendê-los e se sustentar, o
clube de Campinas vai na contramão do modelo de modernização
do esporte no país, amparado em
parcerias com grandes grupos financeiros multinacionais.
Fundado em 11 de agosto de
1900, o clube se diz o mais antigo
em atividade no país.
O Rio Grande (RS), criado em
19 de julho do mesmo ano, reivindica para si o título. A Ponte reconhece que o clube gaúcho foi fundado antes, mas alega que este teria paralisado suas atividades -o
que é negado pelo "concorrente".
Polêmica à parte, hoje a idéia da
Ponte é ter um fomentador de investimentos injetando dinheiro e
participando dos lucros, mas sem
comandar diretamente o futebol.
A Ponte completa o centenário
amanhã tendo como referência
muito mais a ultimada parceria
Palmeiras/Parmalat do que o modelo Corinthians/HMTF.
Hoje, a HMTF dá as cartas no
Corinthians. Define contratações
de jogadores e treinadores. A
Ponte quer mais liberdade.
Para os dirigentes ponte-pretanos, a parceria financeira é necessária, mas com a venda de jogadores para o Corinthians, o Atlético-MG e para o exterior, o clube passa a ser auto-suficiente por, pelo
menos, mais um ano.
O custo da equipe e de todas as
sedes sociais é de R$ 9 milhões
por ano. Só a venda e empréstimo
de jogadores rendeu, em menos
de seis meses, R$ 12 milhões.
No primeiro semestre, o time
emprestou o atacante Régis para o
futebol japonês. Depois, vendeu o
passe do zagueiro Fábio Luciano
ao Corinthians, o lateral André
Santos foi para o Atlético-MG e o
atacante Fabiano e o meia Vander
foram negociados com o Rennes,
da França.
Para manter o time competitivo
e a ""fábrica" de jogadores, há um
ano foi incorporado ao clube o
Radium, de Mococa. Equipe da
Série B-2, é usada como laboratório de atletas abaixo dos 21 anos
em competições estaduais.
Com dívidas na casa de R$ 7 milhões equacionadas em três anos,
um elenco de 36 jogadores, sendo
27 com passe vinculado ao time, e
uma nova infra-estrutura, o clube
espera convencer investidores.
Em 96, quando assumiu o clube,
Sérgio Carnielli, era obrigado a
entregar toda a renda das partidas
da Ponte em Campinas para oficiais de Justiça. O dinheiro era revertido para o pagamento de dívidas trabalhistas.
""O Clube dos 13 é uma meta. Para nós, só falta melhorar nossas
acomodações da imprensa e das
delegações visitantes", disse o vice-presidente e diretor de futebol,
Marco Eberlin.
A inclusão nos Clube dos 13 é
meta também para não ficar a
mercê dos grandes clubes e correr
o risco de ser excluído de campeonatos sem a organização da CBF.
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