São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Grandes e pequenos duelam só em 3 partidas na abertura do Nacional

CBF marca "clássicos" para aquecer início do Brasileiro

DA REPORTAGEM LOCAL

A CBF subverteu a lógica do sistema de disputa do Brasileiro. Para dar um empurrão extra ao campeonato que começa hoje, a entidade marcou uma primeira rodada com jeito de última. Ou seja, com grandes pegando grandes e pequenos jogando entre si.
Dos 13 jogos do final de semana, 10 são dessa natureza. As exceções acontecem hoje, sábado, tradicionalmente um dia mais fraco no futebol: Vasco x Figueirense, São Paulo x Paysandu e Lusa x Goiás.
Dois grandes (Santos x Botafogo) e dois pequenos (Paraná x São Caetano) também entram em campo hoje. E o primeiro domingo do Brasileiro só terá esse tipo de "clássico", jogos como Atlético-MG x Corinthians, Palmeiras x Grêmio e Inter-RS x Flamengo.
A manobra é admitida pelo engenheiro mecânico Horácio Wendel, 51, responsável pela elaboração da tabela do Brasileiro.
Foi ele que, em 2001, passou a dividir os times informalmente em dois grupos. Pelo seu sistema, as duas "divisões" se cruzam na primeira metade do campeonato.
No metade final, com a proximidade do rebaixamento e da classificação para a segunda fase, os times se enfrentam dentro de seus grupos. O objetivo, assim, é fazer com que todos os jogos das últimas rodadas sejam decisivos.
O grande senão do sistema é que o início do torneio pode ser muito frio, só com duelos grandes x pequenos. Propositalmente, não será assim nesta rodada.
"Fizemos dessa forma para que o campeonato comece bem, empolgando o público. Quisemos programar um início mais forte de competição, para começar com tudo", afirmou Wendel, por telefone, de Joinville (SC).
O engenheiro disse ainda ter sido "menos rígido" com a aplicação do sistema neste ano.
Prova disso é que a tentativa de "começar com tudo" persiste nas rodadas seguintes, mas com menos impacto, já fazendo a transição para o esquema normal.
Na segunda rodada, 8 dos 13 jogos serão "clássicos". Na terceira rodada, serão apenas quatro.
Além de esquentar o início do Brasileiro, a medida pode também aplacar reclamações futuras.
No ano passado, o Flamengo reclamou da forma de disputa do campeonato, já que foi mal em seus primeiros jogos e, depois, precisou se salvar do rebaixamento em partidas contra times de ponta -só conseguiu afastar o perigo na última rodada do Brasileiro, com uma suada e dramática vitória contra o Palmeiras.
"O Flamengo quase caiu e reclamou muito no ano passado. Esse foi outro motivo para que tivesse sido um pouco mais flexível na elaboração da tabela para 2002", completou Wendel.



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