São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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TÊNIS

Como o brasileiro, outros atletas que sofreram graves lesões enfrentam queda de rendimento no retorno ao esporte

Guga trilha inferno dos contundidos na volta às quadras

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Gustavo Kuerten cumpre um tormento comum para um tenista que se recupera de uma grave contusão e volta ao circuito.
A queda no ranking e a dificuldade em retomar o melhor nível de jogo são normais para os tenistas que passam pela situação.
Guga, 25, sofreu uma artroscopia no quadril direito e ficou afastado do circuito por dois meses. Vice-líder do ranking de entradas antes da operação, deve ficar perto do 40º posto na segunda-feira.
Seu aproveitamento caiu para 60% -antes tinha 68,6%, mesmo com o difícil início de carreira.
O caso do sueco Magnus Norman é muito similar ao de Guga. Tiveram o mesmo tipo de operação e com o mesmo médico, mas a situação do sueco foi mais grave.
Norman, 26, rival de Kuerten pelo topo do ranking em 2000, foi operado no quadril esquerdo em agosto de 2001. Dono de 12 títulos, voltou às quadras em fevereiro e só venceu cinco vezes em 16 jogos.
O chileno Marcelo Ríos viveu o melhor momento de sua carreira em 1998, quando foi o primeiro sul-americano a atingir o topo do ranking e conquistou sete títulos.
Em 1999, já com dores na virilha, seu rendimento caiu e ele venceu apenas três torneios. No fim daquele ano, foi operado.
Após a cirurgia, Ríos, 27, foi campeão três vezes, mas seu aproveitamento fica longe do de 98 (80%). Em 2000, atingiu 56%; em 2001, quando foi operado do tornozelo, 62%, e neste ano tem 58%.
Finalista em Wimbledon-98, o australiano Mark Philippoussis, 25, reconstruiu os ligamentos do joelho esquerdo em março de 2001 e jogou apenas 18 vezes no ano. Como resultado, terminou em 107º no ranking, após quatro anos consecutivos entre os top 20.
Neste ano, ensaia recuperação. Chegou às oitavas-de-final em Wimbledon, quando acabou eliminado por outro ex-lesionado, o campeão de Wimbledon-96, o holandês Richard Krajicek, 31.
Ele passou por uma artroscopia no joelho esquerdo em janeiro de 2000 e terminou o ano sem um título pela primeira vez desde 1991.
No ano passado, nova contusão. Em março, foi operado no cotovelo direito e não jogou mais. Nesta temporada, apresenta alguns bons resultados, como as quartas-de-final em Wimbledon.
Kuerten, Norman, Ríos, Philippoussis e Krajicek ainda tentam voltar à melhor forma.
Já o argentino Guillermo Cañas, 26, mostra que a volta por cima é possível. Ele quase desistiu do tênis em 2000, por um problema no pulso esquerdo, que o fez perder quatro meses, e terminou o ano como 227º do ranking.
Em 2001, já recuperado, Cañas ganhou seu primeiro título, terminou como 15º e ganhou da ATP o prêmio "A Volta do Ano".
Em 2002, obteve três títulos, é o 12º no ranking e o sétimo na Corrida dos Campeões, o que o qualifica para o Masters de Xangai.


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