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Corinthians muda estilo, mas sucumbe outra vez
Time tem posse de bola inútil e é derrotado pelo Flamengo no 5º jogo sem vitória
Flamengo 1
Corinthians 0
DA REPORTAGEM LOCAL
É fato: o técnico Mano Menezes mudou o estilo do Corinthians. De incisivo, o time passou a privilegiar a posse de bola
diante do Flamengo. Com três
desfalques (Ronaldo, Jorge
Henrique e Alessandro), foi a
consequência da troca de um
atacante por um mais um jogador no meio-de-campo.
Mas não deu certo. A equipe
foi pressionada, quase não
ameaçou o adversário e perdeu
a segunda seguida, caindo para
o 11º lugar no Brasileiro. Completou cinco jogos sem vitória,
maior série sem triunfos sob a
direção de Mano Menezes.
Ao lado do campo, o técnico
corintiano deixou claro o que
queria de seus comandados no
início da partida. "Segura um
pouco mais a bola que vai aparecer alguém livre", gritava.
Era atendido só em parte. O
Corinthians girava a bola de um
lado para o outro, com maior
posse de bola do que o rival. No
total, deu 338 passes, contra
224 dos rubro-negros. O acerto
no fundamento foi alto: 86,5%.
Só que eram toques inúteis,
laterais. Seus quatro volantes
no meio-campo -Moradei, Jucilei, Edu e Elias- não eram capazes de achar espaços na defesa do time carioca, insistindo
em jogadas pelo meio e ignorando as laterais do campo.
"Ainda é cedo para falar sobre essa função. Estou me
adaptando", reconheceu Elias,
que atuou mais avançado.
Assim, o Corinthians finalizou 10 vezes, mas quase todas
foram em chutes de longe. Só
por duas vezes, em espirradas
de zagueiros do adversário, o time ameaçou o goleiro Bruno.
O Flamengo acertava menos
passes (80,4% deles) porque arriscava mais as bolas enfiadas,
principalmente pelas laterais.
Quando a bola chegava na
área, Adriano aparecia quase
sempre em boa posição para o
arremate. Em tarde infeliz,
Chicão e William não achavam
o atacante em sua marcação.
E as oportunidades foram
surgindo para o time rubro-negro e sendo perdidas por Adriano. Foram duas boas chances
no primeiro tempo.
"O Corinthians tem a posse
de bola, mas o Flamengo é mais
veloz", reconhecia Mano, enquanto pedia que Jucilei e Diogo avançassem mais, pois tinham mais liberdade.
Suas orientações foram ignoradas. Só Adriano o salvava:
perdeu novo gol, na pequena
área, ao furar. Mas o atacante
não podia errar sempre.
O gol rubro-negro saiu em
cochilo da defesa corintiana.
Aos 13min, em sobra, Bruno
Bertucci esqueceu de avançar e
deu condição legal para Adriano. Livre, ele chutou no canto
para se isolar na artilharia do
Nacional, com dez gols.
Ao final do jogo, o atacante
rubro-negro somava cinco finalizações, sendo três erradas.
Em desvantagem, o Corinthians tinha de atacar, mas não
tinha armas para isso. O time só
deu nove dribles -contra 18 do
rival- e cruzou 17 bolas -foram 23 do adversário.
Mano ainda tentou botar
Marcelinho, Henrique e Boquita para mudar o jogo. Nada.
Ao final, desesperado com a
pasmaceira, desistiu de trabalhar a bola. "Bruno [Bertucci],
mete essa bola na frente. Para
de correr com ela", deu bronca,
quando o atleta estava na intermediária do campo de ataque.
Sem todos os titulares de novo, além dos negociados, Mano
segue seu tormento diante do
Atlético-MG, no próximo domingo, no Pacaembu.
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