São Paulo, segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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Corinthians muda estilo, mas sucumbe outra vez

Time tem posse de bola inútil e é derrotado pelo Flamengo no 5º jogo sem vitória

Flamengo 1
Corinthians 0


DA REPORTAGEM LOCAL

É fato: o técnico Mano Menezes mudou o estilo do Corinthians. De incisivo, o time passou a privilegiar a posse de bola diante do Flamengo. Com três desfalques (Ronaldo, Jorge Henrique e Alessandro), foi a consequência da troca de um atacante por um mais um jogador no meio-de-campo.
Mas não deu certo. A equipe foi pressionada, quase não ameaçou o adversário e perdeu a segunda seguida, caindo para o 11º lugar no Brasileiro. Completou cinco jogos sem vitória, maior série sem triunfos sob a direção de Mano Menezes.
Ao lado do campo, o técnico corintiano deixou claro o que queria de seus comandados no início da partida. "Segura um pouco mais a bola que vai aparecer alguém livre", gritava.
Era atendido só em parte. O Corinthians girava a bola de um lado para o outro, com maior posse de bola do que o rival. No total, deu 338 passes, contra 224 dos rubro-negros. O acerto no fundamento foi alto: 86,5%.
Só que eram toques inúteis, laterais. Seus quatro volantes no meio-campo -Moradei, Jucilei, Edu e Elias- não eram capazes de achar espaços na defesa do time carioca, insistindo em jogadas pelo meio e ignorando as laterais do campo.
"Ainda é cedo para falar sobre essa função. Estou me adaptando", reconheceu Elias, que atuou mais avançado.
Assim, o Corinthians finalizou 10 vezes, mas quase todas foram em chutes de longe. Só por duas vezes, em espirradas de zagueiros do adversário, o time ameaçou o goleiro Bruno.
O Flamengo acertava menos passes (80,4% deles) porque arriscava mais as bolas enfiadas, principalmente pelas laterais.
Quando a bola chegava na área, Adriano aparecia quase sempre em boa posição para o arremate. Em tarde infeliz, Chicão e William não achavam o atacante em sua marcação.
E as oportunidades foram surgindo para o time rubro-negro e sendo perdidas por Adriano. Foram duas boas chances no primeiro tempo.
"O Corinthians tem a posse de bola, mas o Flamengo é mais veloz", reconhecia Mano, enquanto pedia que Jucilei e Diogo avançassem mais, pois tinham mais liberdade.
Suas orientações foram ignoradas. Só Adriano o salvava: perdeu novo gol, na pequena área, ao furar. Mas o atacante não podia errar sempre.
O gol rubro-negro saiu em cochilo da defesa corintiana. Aos 13min, em sobra, Bruno Bertucci esqueceu de avançar e deu condição legal para Adriano. Livre, ele chutou no canto para se isolar na artilharia do Nacional, com dez gols.
Ao final do jogo, o atacante rubro-negro somava cinco finalizações, sendo três erradas.
Em desvantagem, o Corinthians tinha de atacar, mas não tinha armas para isso. O time só deu nove dribles -contra 18 do rival- e cruzou 17 bolas -foram 23 do adversário.
Mano ainda tentou botar Marcelinho, Henrique e Boquita para mudar o jogo. Nada.
Ao final, desesperado com a pasmaceira, desistiu de trabalhar a bola. "Bruno [Bertucci], mete essa bola na frente. Para de correr com ela", deu bronca, quando o atleta estava na intermediária do campo de ataque.
Sem todos os titulares de novo, além dos negociados, Mano segue seu tormento diante do Atlético-MG, no próximo domingo, no Pacaembu.


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