São Paulo, segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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Escândalo em time ameaça emprego de Maurren Maggi

Saltadora integra a Rede Atletismo, que considera encerrar suas atividades por causa de doping sistemático na equipe

Na Rede desde o final de Pequim-08, atleta terá o contrato encerrado em setembro com pequenas chances de renová-lo

DA REPORTAGEM LOCAL

O maior caso de doping da história do atletismo brasileiro pode trazer consequências para a principal estrela do país no esporte, Maurren Maggi.
Grande nome da delegação brasileira que está em Berlim para participar do Mundial de atletismo, entre 15 e 23 de agosto, Maurren integra a Rede Atletismo, equipe da qual fazem parte os atletas que foram suspensos na última semana no escândalo do doping.
Seu contrato termina em setembro deste ano e dificilmente será renovado após o Mundial, o que pode deixar a saltadora desempregada.
"Os contratos [com os atletas] vencem entre setembro e outubro. Para falar a verdade, não sabemos se vamos renovar com ninguém. Ainda estamos tentando assimilar o golpe", comentou Marcos Coreno, diretor técnico da Rede Atletismo, cujo futuro continua incerto.
"Temos de definir quais serão as nossas prioridades. Ainda não sabemos como será o nosso futuro depois desta bomba [o caso sistemático de doping]. Vamos definir alguma coisa depois do Mundial."
Na última quinta-feira, Jorge Queiroz de Moraes Junior, presidente da Rede Atletismo, admitiu acabar com a equipe.
"O fim do programa para atletas profissionais me passa pela cabeça. Com certeza, pelo menos o investimento vai diminuir", declarou.
Maurren recebe hoje o maior salário da equipe de alto rendimento. Estima-se que seu salário seja em torno de R$ 100 mil, sem contar os prêmios. O orçamento mensal da Rede Atletismo é de R$ 600 mil.
Medalha de ouro no salto em distância em Pequim-08, Maurren Maggi trocou de equipe logo após a Olimpíada: deixou a BM&F, ao lado do treinador Nélio Moura, para se integrar à Rede Atletismo.
Na última semana, cinco atletas foram flagrados com a substância EPO (eritropoietina) após um exame antidoping surpresa. Todos eram da Rede Atletismo, treinados por Jayme Netto Jr.: Bruno Lins (200 m e 4 x 100 m), Jorge Célio (200 m e 4 x 100 m), Josiane Tito (4 x 400 m), Luciana França (400 m com barreiras) e Lucimara Silvestre (heptatlo).
Os atletas foram suspensos pela CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo).
Após o escândalo, mais dois atletas, igualmente treinados por Netto Jr., admitiram ter recebido injeções com a mesma substância: Evelyn Carolina Oliveira Santos (4 x 100 m) e Rodrigo Bargas (400 m).
Preventivamente, também estão suspensos.
Dos 42 brasileiros que estão em Berlim para o Mundial, 14 são da equipe Rede Atletismo. A BM&F, ex-equipe de Maurren, tem 17 atletas.
Anteontem, apesar das baixas, a equipe masculina do 4 x 100 m chegou em segundo lugar no meeting disputado em Cottbus, preparatório para o evento de Berlim.
O quarteto brasileiro correu com os velocistas Vicente Lenílson, Sandro Viana, Basílio de Moraes e José Carlos Moreira. Os americanos ficaram com o primeiro lugar na prova.


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